João Lobo Antunes é o convidado deste ano para proferir a Conferência de Abertura do 14º Correntes d’Escritas: “Não fazem mal as musas…”, no dia 21, às 15h00, no Auditório Municipal.

João Lobo Antunes
Créditos de Gonçalo Rosa da Silva/Visão


João Lobo Antunes
(Lisboa, 4 de Junho de 1944) é um neurocirurgião português e considera que “a Medicina é filha de mãe jovem, a Biologia, e de pai idoso, a Filosofia” (in Numa Cidade Feliz).

Licenciou-se e doutorou-se em Medicina, em 1968 e 1983, respetivamente, pela Universidade de Lisboa, mas teve, desde muito cedo, uma relação especial com os livros e com a literatura. Cresceu numa casa onde não havia televisão, o que lhe permitiu a fruição do silêncio e da leitura. Ou do silêncio da leitura. O elogio do livro, é de resto, uma constante na sua vida. Sente ter “uma extraordinária dívida para com ele” (in JL de 3.11.1990). E não apenas o ensaio, o livro técnico e específico da sua área. Pelo contrário, interessam-lhe as leituras mais heterogéneas e os autores mais diversos. No seu entender, quanto mais abrangente for o conhecimento de cada indivíduo melhor profissional este se tornará. “O bom aluno não é aquele que fixa, é o que foi capaz de absorver as múltiplas experiências que o transformaram” (in JL de 3.11.1990).

Entre 1971 e 1984 viveu em Nova Iorque, onde foi bolseiro da Comissão Fullbright e professor associado no Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Columbia. Em 1984 regressou a Portugal e ascendeu a professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde foi eleito presidente do Conselho Científico, em 1996. No mesmo ano foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa.

Foi eleito presidente da Sociedade Europeia de Neurocirurgia, em 1999, e presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, em 2000 e da Academia Portuguesa de Medicina em 2006. Foi também professor convidado da Universidade de Pequim, na China, em 2001. Atualmente é diretor do Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Santa Maria, e do Instituto de Medicina Molecular.

 João Lobo Antunes, dedicou-se no passado ao estudo do hipotálamo e da hipófise, e fez parte da equipe que primeiro implantou um “olho eletrónico” num invisual, em 1983.

Tem publicados mais de cento e cinquenta artigos científicos, além de vários livros de ensaios.

 Um modo de ser, em 1996, Numa cidade feliz, em 1999, Memória de Nova Iorque e outros ensaios, em 2002, e Sobre a mão e outros ensaios, em 2005, O Eco Silencioso, 2008, Inquietação Interminável, 2010, Egas Moniz – Uma biografia, 2010, A Nova Medicina, 2012.

Prefaciou o livro De Profundis – Valsa Lenta, de José Cardoso Pires, 1997.

Escreve sobre o que lhe pedem. Mas sobretudo sobre o que lhe apetece.

Foi mandatário nacional das candidaturas a Presidente da República de Jorge Sampaio, em 1996, e de Cavaco Silva, em 2006. Desde 2006 integra o Conselho de Estado.

Tem orgulho de ser português em Portugal e afirmou-o publicamente no discurso de agradecimento pela atribuição do Prémio Pessoa, em 1996.