Após um período de obras, para ampliação e beneficiação dos espaços, o Museu Municipal reabre as suas portas em pleno Correntes d’Escritas.

Vai ser neste renovado espaço que se vão conhecer os vencedores dos Prémios Literários, durante a Sessão Oficial de Abertura, que se vai poder assistir à Conferência de Abertura, proferida pelo Ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, e ainda vislumbrar os primeiros escritores na mesa de debate inaugural do Correntes d’Escritas.

O Museu Municipal vai albergar ainda uma exposição de Rui Anahory, intitulada “Circunstâncias”, com catálogo desenvolvido por Henrique Cayatte Design. A exposição reúne fotografia, pintura e escultura.

apenas calmante

São, portanto, várias as linguagens estéticas e expressivas expostas, uma
diversidade que Rui Anahory explica com Fernando Pessoa: “Pelos vinte anos li F. Pessoa que, ou por identificação ou uma circunstância temporal, me deixou uma viva marca que ainda perdura. A fragmentação do ser, a exploração voluntária ou acidental dos vários eus que afloram à luz do consciente e se impõem e manifestam mais ou menos prolongadamente sobretudo no produto e nas escolhas e modo de produzir estéticos que me vão acontecendo, empurram-me para o Poeta dos heterónimos quanto mais não seja porque me legitima e reconforta quando as dúvidas sobre a aparente desconexão do meu percurso me assaltam com mais violência.”. Ser Nada para poder Ser Tudo é uma das ideias de Pessoa que marcaram Anahory, que vê neste Ser Tudo “uma impossibilidade”.

Há por isso “uma incoerência como coerência” e uma multiplicidade de circunstâncias “das quais derivam outras, numa multiplicação inumerável, tanta quanto aquilo do que me rodeia compõe”.