O apoio financeiro para a destruição dos ninhos de Vespa velutina identificados no concelho da Póvoa de Varzim é assegurado, durante o ano de 2019, no âmbito da aprovação pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas da Candidatura n.º 2019014300114, apresentada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim ao Fundo Florestal Permanente, inserida no eixo de intervenção “Funções ecológicas, sociais e culturais da floresta”, previsto na subalínea iii), da alínea d) do n.º 1 do artigo artigo 6.º do Regulamento do Fundo Florestal Permanente, aprovado pela Portaria n.º 77/2015, de 16 de março, na sua redação atual.

Pretende-se com este financiamento apoiar os municípios na tarefa de deteção e destruição dos ninhos e colónias de Vespa velutina, grande predador de abelhas e de outros insetos que, ao colocar em risco os recursos apícolas, surge como uma ameaça ao cumprimento, pelos espaços florestais, sensu lato, da imprescindível função ecológica e, por consequência, agrícola e económica, que é a polinização das plantas.

Apoio à destruição dos ninhos de Vespa Velutina

Vespa velutina nigrithorax

A Vespa velutina nigrithorax, também conhecida por vespa asiática é uma espécie não-indígena, predadora da abelha europeia (Apis mellifera), proveniente de regiões tropicais e subtropicais do norte da India, do leste da China, da Indochina e do arquipélago da Indonésia, ocorre nas zonas montanhosas e mais frescas da sua área de distribuição.

A sua introdução involuntária na Europa ocorreu em 2004 no território francês, tendo a sua presença sido confirmada em Espanha em 2010, em Portugal e Bélgica em 2011.

Na Póvoa de Varzim, no corrente ano de 2019, já foram eliminados 79 ninhos.

Esta espécie distingue-se da espécie europeia Vespa crabro pela coloração do abdómen (mais escuro na vespa asiática) e das patas (cor amarela na vespa asiática).

Os principais efeitos da presença desta espécie não indígena manifestam-se em várias vertentes, sendo de realçar:

  • na apicultura – por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas;
  • para a saúde pública – não sendo mais agressivas que a espécie europeia, no caso de sentirem os ninhos ameaçados reagem de modo bastante agressivo.

Os efeitos negativos da Vespa velutina no ambiente e na biodiversidade são devidos à forte predação de abelhas e de outros insetos polinizadores, no período de julho a novembro, reduzindo as populações destes insetos necessários para a polinização, e consequente manutenção do equilíbrio dos ecossistemas.

As vespas fundadoras, criadas nos ninhos ou vespeiros em setembro e outubro, depois de fecundadas pelos machos hibernam até fevereiro, em geral isoladas, no solo, fendas de paredes, de árvores ou em qualquer local abrigado.

Em março/abril, as fundadoras saem da hibernação e procuram alimentos à base de hidratos de carbono, néctar ou elementos açucarados e neste período conquistam novos territórios para nidificar.

Em abril/maio, as fundadoras iniciam a construção de ninhos primários, os quais podem atingir 5 cm de diâmetro (aproximadamente a dimensão de uma bola de golfe). O local escolhido para a implantação destes ninhos é muito variado, tratando-se normalmente de locais protegidos. O material utilizado na construção são fibras de celulose amassada com água. Estes ninhos são utilizados pela fundadora para pôr as primeiras dezenas de ovos.

Após a criação das primeiras vespas no ninho primário, e já com o trabalho destas, vai desenvolver-se a construção, ampliação e manutenção dos ninhos nesse local, ou deslocar-se para outro próximo, onde não sejam incomodadas, construindo o ninho definitivo que, por vezes, atinge dimensões de 50 a 80 cm de diâmetro.

Os ninhos desenvolvem-se mais no período de julho a outubro, período que vai coincidir com o maior impacto de predação de insetos, em particular das abelhas nos apiários, sendo utilizados para alimentar as larvas em desenvolvimento nos vespeiros.

A deteção ou a suspeita de existência de ninho de Vespa velutina nigrithorax deverá ser comunicada através de um dos seguintes meios:

Por último importa ainda esclarecer e informar a população que o principal impacto conhecido da vespa velutina (vulgo vespa asiática) é a forte predação das abelhas e de outros insetos polinizadores e que não sendo individualmente mais agressiva para o ser humano do que a vespa europeia, reage em grupo de forma agressiva quando sente ameaças ao seu ninho.

Assim, apelamos para que, quem identificar um ninho de Vespa velutina não deve interferir com o mesmo, mas sim contactar de imediato os serviços da Proteção Civil Municipal, que assegurará a validação e eficaz destruição do ninho com pessoal especializado e devidamente equipado para realizar a operação em segurança.