A criteriosa e distinta programação que ano após ano é apresentada fazem deste evento musical um dos mais prestigiados do país, atraindo à nossa cidade um público específico e que, em alguns concertos superou a lotação do recinto.

Um dos eixos programáticos em destaque nesta edição foi a Música Antiga, apresentando agrupamentos em estreia em Portugal: o Trio Mediaeval, vindo da Noruega, e o Stimmwerck, da Alemanha, dois agrupamentos vocais que actuaram na Igreja Românica de São Pedro de Rates e tiveram “casa cheia”. Ainda neste género, o primeiro e último concertos do Festival, na Igreja Matriz, a 9 e 30 de Julho, o Cantica Symphonia e o Ricercar Consort, respectivamente, sendo que o encerramento do FIMPV foi inteiramente dedicado a três cantatas sacras de Johann Sebastian Bach.

A estreia em Portugal do Pavel Haas Quartet, no dia 26 de Julho, deixou o público rendido àquele que é um dos grandes quartetos de cordas contemporâneos, apesar da “relativa” juventude dos seus elementos.

Raul da Costa

Em evidência, o jovem pianista poveiro Raúl da Costa cuja actuação contou com a participação numerosa de amigos e admiradores que manifestaram o seu carinho e entusiasmo. Este recital veio comprovar as potencialidades fora do comum e talento que possui. O árduo trabalho, dedicação e persistência na busca de uma personalidade musical própria, junto dos grandes mestres da actualidade garantir-lhe-ão um futuro promissor.

vencedor 22

Outra faceta do Festival é o lançamento da nova música e de novos compositores através do Concurso Internacional de Composição. Nesta 6ª edição do concurso foram vencedores na modalidade de “música para orquestra” Gonçalo Gato e Osvaldo Fernandes, 1º e 2º prémios, respectivamente, com as composições “Vectorial-Modular” e “Sopros de um vento extinto”. A estreia das obras, a 22 de Julho, coube à Orquestra residente do Festival, com direcção musical de Luís Carvalho que, ao longo de escassos quatro dias preparou as duas peças do Concurso, a obra encomendada pelo FIMPV ao Presidente do júri, Christopher Bochmann, e ainda a Sinfonia nº 9 de Dmitry Shostakovich.

vencedor 23

No dia 23 de Julho, foram apresentadas, em estreia, as obras finalistas da modalidade de “música de câmara”. Os 1º e 2º prémios foram atribuídos aos jovens compositores brasileiros Aurélio Edler-Copes e Luciano Campbell, respectivamente, pelas peças “Ainda escutas o vento?” e “(in)pulso (ex)pansão”. A execução ficou a cargo do Sond’Ar-te Electric Ensemble, dirigido por Pedro Amaral.

Uma vez mais, o Festival contou com a dignificante e generosa colaboração do musicólogo Rui Vieira Nery, que há mais de uma década abre cada edição com uma conferência cuja temática está normalmente associada à respectiva programação. Este ano, assinalou o centenário da morte de Gustav Mahler referindo-se a uma época de crise em tudo semelhante àquela que atravessamos.

Uma conferência e 13 concertos, sem esquecer as diversas iniciativas paralelas, foram o êxito de mais uma edição de um evento que ao fim de 33 anos continua a surpreender e a arrebatar emoções a milhares de espectadores. Reveja os momentos do 33º Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, aqui.