Na Igreja Matriz, às 21h45, o concerto é constituído por peças do século XVI-XVII:

“Flores de Lisboa” – Romances e Vilancicos Portugueses do século XVII

1. Padre José de Anchieta (1534-1597)

“Mira el Malo” (contrafacta de Mira Nero de Juan de Bermudo, Osuna 1555)

2. (anónimo) “Pavana” (do livro «Huerto ameno de varias flores de musica» de Martin y Coll, finais do século XVII)

3. Manuel Machado (c. 1585-1646) “Paso a paso” (romance)

4. Francisco Martins (c. 1620-1680) “Sentada ao pe de hum Rochedo” (vilancico ao Santíssimo Sacramento)

5. (anónimo) “Españoleta” (do livro «Huerto ameno de varias flores de musica» de Martin y Coll,  finais do século XVII)

6. Frei Manuel Correia (c. 1600-1653) “Deçidme hermosas flores” (romance e estribilho ao Santíssimo Sacramento)

Intervalo (15 minutos)

7. (anónimo) “Meninas de Portugal” (vilancico ao nascimento do menino Jesus)

8. António Marques Lésbio (1639-1709) “Ayreçillos manços” (vilancico de Natal)

9. (anónimo) “Diferencias sobre la Gaita” (do livro  «Huerto ameno de varias flores de musica» de Martin y Coll, finais do século XVII)

10. Frei Manuel Correia (c. 1600-1653) “Ay Jesús y quezas” (vilancico do Santíssimo Sacramento)

11. Manuel Machado (c. 1585-1646) “Afuera, afuera, que sale” (romance)

12. Manuel Machado (c. 1585-1646) “Folias dos Estrellas”

Fundado em 1998, o grupo vocal e instrumental suíço A Corte Musical dedica-se à redescoberta e interpretação do repertório de compositores esquecidos da antiga Europa, dando especial atenção a Portugal e Espanha. O agrupamento apresenta-se em formação orquestral ou formação de música de câmara, segundo as partituras, e os seus músicos executam esses repertórios com instrumentos da época ou com réplicas.

O nome do grupo é uma homenagem à poderosa dinastia dos reis músicos de Portugal, que possuíam uma das mais belas e completas colecções de música da Europa. Seguindo essa perspectiva e como resultado do trabalho musicológico do seu director, o fagotista luso-brasileiro Rogério Gonçalves, o grupo A Corte Musical já apresentou várias obras de compositores esquecidos, como Responsórios para o Ofício de Sexta-feira Santa, de António dos Santos Cunha (Brasil, c.1785-1815), Geistliche Concerte, de Johann Vierdanck (Alemanha, c. 1605-1646), Lamentationes Jeremia,e de Joseph-Hector Fiocco (Bélgica, 1703-1741) e o Calendarium Musicum (1748), de Gregor Joseph Werner (Áustria, 1693-1766).

A última gravação, com música do compositor catalão Francesc Valls (Catalunha, 1671-1747) recebeu o prémio Prelude Classical Award como o melhor disco barroco do ano de 2007, e o CD com música portuguesa Flores de Lisboa obteve cinco Diapasons da revista francesa Diapason.

Rogério Gonçalves nasceu no Brasil, onde fez estudos de fagote com Pedro Sierra (Chile), Alejandro Aisemberg (Argentina) e Elione Medeiros (Brasil). Obteve em 1995 diplomas de fagote barroco e conjunto de música medieval. Depois prosseguiu estudos no Conservatório de Música de Genebra, tendo obtido um diploma de ensino de música em 1999. É solista e participa em vários conjuntos de música antiga de renome internacional, como: La Grande Ecurie et la Chambre du Roy (Jean-Claude Malgoire, França); Sonatori de la Gioiosa Marca (Andrea Marcon, Itália); Ensemble Turicum (Luiz Alves da Silva, Suiça); Ensemble Arcadia (Attilio Cremonesi, Itália); Concertino Notturno Praha (A. Kröper, República Checa); Continens Paradisi (Thais Ohara, Suiça); L’Orfeo Barockorchester (Michi Gaigg, Áustria); Les Flamboyants (Michael Form, Alemanha); Ensemble Elyma (Gabriel Garrido, Suiça); Ensemble Ad Fontes (Reto Cuons, Suiça); Capella dei Turchini (Antonio Florio, Itália); The Netherlands Bach Society (Jos van Veldhoven, Holanda); Capriccio Basel (Dominik Kiefer, Suiça); Le Concert Hostel Dieu (François Comte, França); Capella Princep de Viana (Angel Recassens, Espanha); Octet Amphion (Alemanha).

Foi conselheiro artístico de diversos festivais de música, como Les Baroqueries (Genebra), no Festival Les Goûts Reunis (Lausana, Suiça) e no Festival d’Ambronay 2005 (França).