Luís Diamantino conduziu a cerimónia de fecho do Encontro, recordando que há 15 anos tudo começou com cerca de 20 escritores e poucos mais espetadores, na Biblioteca Municipal. Hoje, este espaço com 600 lugares no Axis Vermar já é pequeno. E para o ano, “vamos ter que nos contentar com cerca de 500 lugares no Cine-Teatro Garrett”. Por isso, valeu a pena “perseguir este sonho, foi algo desafiante, e eu gosto de desafios”. Assim, o Vereador aconselhou os muitos jovens alunos presentes e que concorreram aos concursos literários a nunca desistirem dos seus sonhos, “não adianta desistir”, sublinhou.

O autarca agradeceu a toda a equipa de colaboradores da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, também aos muitos voluntários que colaboram no evento, aos escritores e também aos editores. Luís Diamantino não esqueceu ainda os patrocinadores, que tornam possível a realização dos concursos literários. “Todos eles fizeram do encontro aquilo que ele é hoje”, declarou Diamantino, “temos gente que gosta de ler, que gosta de escrever, só precisamos de aproveitar o que temos. Mas saliento que a estrela deste evento será sempre o livro”.

Seguiu-se a entrega dos prémios. Foi um desfile de juventude e alegria em palco. Luís Diamantino ao lado de Paulo Gonçalves entregou o Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas Porto Editora 2014. Foram atribuídas menções honrosas de texto e ilustração a: “Um presente para o ambiente” da turma 4º D, da EB 1/JI Sophia de Mello Breyner Andresen (Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas); “Uma bolinha de sabão”, do 4º A, da EB1 Cadilhe, Amorim (Agrupamento de Escolas Campo Aberto, Beiriz, Póvoa de varzim). A menção honrosa de texto foi para “Leoa, uma história verdadeira”, da turma MO4, da escola EB1,2,3 Augusto Moreno, Bragança (Agrupamento de Escolas Abade de Baçal). Houve duas menções honrosas para ilustração: “A inauguração” do 4º 2, da Escola EB1 de Albergaria-a-Nova (Agrupamento de Escolas da Branca); “Saudades…”, da turma L34 da Escola EB das Lagos-Centro Educativo das Lagoas (Agrupamento Vertical de Escolas de Arcozelo), Ponte de Lima.

O Terceiro Lugar deste Prémio foi para “Problemas no Castelo”, da turma 4º Q, da Escola EB1 de Penafiel (Centro Escolar – Agrupamento de Escolas Vertical D. António Ferreira Gomes). Em Segundo Lugar ficou “O Circo do Lago”, da turma L4A, da Escola EB1 do Luso (Agrupamento de Escolas da Mealhada). O Primeiro Lugar foi atribuído a “O Guarda-chuva de Mariana”, da turma 4º 1 SEV, da Escola EB 1 de Sever do Vouga (Agrupamento de Escolas de Sever do Vouga).

O Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus 2014 foi conquistado pela jovem de 17 anos Luísa Raquel Martins Morgado, de Lisboa, pelo Conto “Jardins vazios de novembro”, a que concorreu com o pseudónimo Hithu. O prémio no valor de mil euros foi entregue na presença de Alfredo Costa, da Papelaria Locus, da Póvoa de Varzim.

Já o Prémio Literário Casino da Póvoa foi entregue a Manuel Jorge Marmelo, pela sua obra “Uma mentira mil vezes repetida”. O prémio no valor de 20 mil euros foi entregue na presença de Susana Saraiva, do Casino da Póvoa, patrocinador oficial do principal prémio literário do Correntes d’Escritas. De referir que, este ano, não foi atribuído o Prémio Literário Fundação Dr Luís Rainha Correntes d’Escritas 2014, porque o júri assim o decidiu, por considerar que faltava qualidade aos trabalhos apresentados.

Manuel Jorge Marmelo, o galardoado deste ano, deu conta do “enorme carinho de que foi alvo por todas as pessoas durante o encontro, senti que as pessoas ficaram felizes por eu ter sido premiado, abraçaram-me, deram-me beijos e isso não é quantificável”. O escritor e jornalista sublinhou que não esquece de onde veio: “sou neto de analfabetos, os meus pais fizeram a 4ª classe e eu estou agora a receber um prémio literário”. Uma situação que só é possível, porque nos últimos 40 anos existe em Portugal “o ensino público universal e gratuito”, declarou Marmelo, logo fortemente aplaudido pela sala cheia no Centro de Congressos no Axis Vermar. O premiado defendeu os professores, numa altura difícil em que estes profissionais são alvo de “constantes cortes nos salários” e apelou a todos que defendam o ensino público. As últimas palavras emocionadas de Manuel Jorge Marmelo dirigiram-se às crianças e jovens que concorreram aos prémios literários: “continuem a acreditar!”