O fotógrafo começou por projetar retratos da sua autoria de várias personalidades, entre os quais estava Manuel Alberto Valente, seu editor desde 80 e a quem Alfredo Cunha quis prestar homenagem.

Os retratos de Alfredo Cunha desde 1970 a 2018 vão dar origem a um livro que será publicado com a colaboração de Ana Sousa Dias, tal como já acontecera com Cuidado com as Crianças (2003). O fotógrafo explicou que “o fio condutor do livro, que contará com 400 retratos, é a ordem alfabética, o que dá combinações engraçadíssimas. Ordem alfabética e desordem fotográfica”, concluiu.

Questionado pela jornalista Ana Sousa Dias sobre o mistério de conseguir captar as pessoas com sessões tão rápidas, Alfredo Cunha respondeu que “é algo quase instintivo” e o facto de ter sido fotojornalista também contribuiu muito. Ter muito traquejo na profissão dá-me alguma vantagem”. Confessou ainda que se dedica muito à fotografia e que aprendeu com o seu pai, também ele fotógrafo retratista.

O fotógrafo confessou que “não sou dado a grandes coisas. Gosto de fotografar quando as coisas me surpreendem e de conseguir captar o instante. Fotografo com a luz disponível para intimidar o menos possível a pessoa”, revelando ainda que no momento da sessão é capaz de saber qual é fotografia escolhida.

Alfredo Cunha esclareceu que fotografar a preto e branco é uma opção e “sempre fotografei assim em projetos pessoais e livros”. Revelou ainda que “venho da fotografia analógica. Aliás, acho que tenho mais tempo da analógica do que da digital e, por isso, uso toda a lógica da analógica no digital”, reconhecendo que “o digital é a grande revolução da fotografia”.

Nesta edição, Alfredo Cunha volta a fotografar os convidados do Correntes d’Escritas no seu Estúdio de Luz Natural.

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