Ei-los que partem, da Sextante Editora, é um desafio literário sobre a contemporaneidade: a nova emigração portuguesa. A história de um grupo de amigos que, após o culminar de uma juventude de estudo e formação superior, saem de Portugal forçados pela necessidade de encontrar trabalho e realização profissional e se espalham pelo mundo para construir uma vida, sozinhos ou a dois.

Os desafios são enormes, os países que os acolhem podem ser hostis, falta a família portuguesa, a cultura portuguesa, mas há também extraordinárias oportunidades, e uma amizade persiste, à distância, como suporte indispensável. Amadurecerão ou morrerão os amores, e o regresso e a felicidade serão sonhos durante muitos anos acalentados. Amanhã, talvez… Uns voltarão, outros não. Mas o mundo mudará e cada um desempenhará o seu papel.

Em O Cônsul, da Âncora Editora, a autora reflete sobre a história de um Cônsul que se sentou a assinar vistos, amarrotado pelos encontrões, sem nenhum cansaço apesar dos quilómetros que percorrera em tempo recorde. Movia-o a caneta e o carimbo com uma tal energia frenética, que um dos depoentes no processo viria a dizer em sua defesa que ele lhe parecera então fora do seu juízo. Este assinou e carimbou até ser impedido por um funcionário do Governo que lhe transmitiu a ordem de regressar imediatamente a Portugal.

Ter, pela primeira vez na vida, assumido frontalmente o seu desacordo com o poder, enfrentando grandes riscos cujos ecos lhe ensurdeceriam o futuro, fazia-o experimentar o apaziguamento de uma liberdade de si nunca antes conhecida. Recuperou a serenidade da expressão, pois fora capaz de agir como quem era, em coerência com tudo aquilo em que verdadeiramente acreditava. Precisava disfrutar dessa glória até ao limite.

Sísifo tem início em Abril de 1336, com Petrarca a subir o Monte Ventoso a pé e a transformar essa experiência num conhecido texto em que as memórias e o balanço espiritual e amoroso se misturam.

Quase sete séculos depois, três pessoas que não se conhecem repetem a escalada, ainda que por razões diversas. Timeu é levado pelo acaso, Tenório pela evasão e Bernarda por um ritual familiar. Nenhum dos três atingirá o cume do Monte Ventoso, mas a aventura acabará por transformar-se num inesperado reinício de vida.

Sísifo celebra assim os caminhos da redescoberta e da iniciação e é o terceiro romance da trilogia com o mesmo nome, na sequência de Gnaisse (2015), romance sobre a paixão, e de Por Mão Própria (2016), romance sobre a perda.

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