O muro marginal existente tem como função conter o desnível de terras entre a estrada marginal e a praia. Na zona de acesso à praia, deu-se a derrocada de uma parte do muro marginal, numa extensão de cerca de 30 metros. Agora, com esta empreitada, serão repostas as condições de sustentação do passeio marginal e de segurança.

O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, recordou que esta era uma obra da exclusiva responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Sobre a demora do processo, lembrou que “houve um novo governo e o orçamento só foi aprovado quase em abril deste ano. Às vezes, esperar é uma virtude. Tenho esta postura com a Administração Central: sempre que as pessoas fazem o que podem não devemos reivindicar todos os dias. Tinha a palavra de que seria feito assim que estivessem reunidas as condições”.

O edil esclareceu que “logo que houve orçamento, abriram o procedimento e hoje estamos aqui a fazer a consignação para uma obra com um orçamento de cerca de 150 mil euros e um prazo de execução de 60 dias”.

Aires Pereira transmitiu que os prazos foram bastante encurtados para que a obra fique concluída no mais curto espaço de tempo e “volte a ser devolvida à marginal a forma como sempre esteve executada”.

O Presidente da autarquia poveira reconheceu que “estamos em zonas em que o mar durante o Inverno é sempre bastante agressivo e isto pode voltar a acontecer noutro local”. No entanto, manifestou-se “naturalmente satisfeito pelo facto de podermos, dentro de pouco tempo ter a marginal novamente operacional”.

Sobre a empreitada propriamente dita, o autarca explicou que “vamos apoiar a nova estrutura em estacaria. Trata-se de uma construção especial com recurso a estacas que vão até ao penedo profundo e depois será reconstruída tal como estava a marginal antes de ser afetada pelo mar”.

Pimenta Machado, Administrador Regional da ARH Norte (Administração da Região Hidrográfica do Norte) da APA, esclareceu que a demora no arranque dos trabalhos deveu-se aos procedimentos que são necessários para a realização dos mesmos.

Quanto à obra, referiu que se trata de “uma zona que está muito exposta à ação do mar, identificada como vulnerável. Assim sendo, no projeto foi desenvolvida uma solução que é estruturante e robusta. Estamos confiantes que dará uma resposta muito positiva e eficaz para, de uma vez por todas, a marginal ficar consolidada e protegida da ação do mar”.

Fernando Rosa, Presidente da União de Freguesias de Aguçadoura e Navais, não pôde deixar de referir a ansiedade da população na resolução desta situação que, na sua opinião, “teria sido evitável o derrocamento se tivesse havido outro cuidado”.

O autarca reconheceu que “as questões burocráticas, a mudança de governo e orçamentos por aprovar” também contribuíram para este atraso de cerca de um ano e meio.

Fernando Rosa transmitiu que sendo a Junta de Freguesia o órgão mais próximo da população foi quem saiu mais penalizada neste processo: “a nossa função era denunciar e pressionar mas a nossa pressão é sempre muito limitada. Houve muitas críticas infundadas”.

No entanto, não pôde deixar de manifestar a sua satisfação enquanto Presidente da Junta, com a certeza de que toda a população também ficará feliz por ver arrancar esta obra.