A sessão contou com a presença do Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino.

Em tese, o palestrante sustentou (e demonstrou) que foram os agricultores do lugar da Granja (que o liberalismo “libertara” das prestações senhoriais, entre estas, os foros), quem formatou, entre 1750 e os finais do séc. XIX, o centro histórico de Rates, tal como hoje o conhecemos.

Apresentou, casa a casa, o contributo de cada família para que ali se concentrassem os poderes económico e político. A Igreja no centro do poder político, com a criação das juntas de paróquia. Os enterramentos nas igrejas e o processo da construção dos cemitérios. O Cisma liberal, particularmente visível em Rates (onde a aversão ao liberalismo era geral, porque foi este novo regime que extinguiu o município). A luta pela educação, na esteira do legado de António Joaquim Guimarães. A filantropia de outros ratenses, particularmente de emigrantes bem sucedidos no Brasil. A construção do atual formato da Praça, que em meados do séc. XVIII era aberta a sul (as duas casas que a fecham desse lado são de 1750 e 1755) e fechada a norte, onde se situava a anterior casa da Câmara. A atividade política municipal das principais famílias do centro histórico. E, em conclusão, a necessidade de, num tempo que não faz história, preservar a memória histórica das localidades para que, conhecendo o património mais próximo, as atuais gerações aprendam a amá-lo.

No entender do palestrante, o centro histórico de Rates foi, de facto, o centro e a síntese da história desta Vila, antiga sede de um município que, no período em estudo, foi extinto. E esse centro chegou até nós tal como o deixaram, nos finais do séc. XIX, as famílias cuja genealogia e atividade foram ali apresentadas.

A sala de conferências do Arquivo Municipal foi notoriamente escassa face ao interesse que o assunto despertou.