Mário Laginha aprendeu a tocar piano e guitarra ainda na infância, mais tarde, a ideia de ser pianista ganhou forma e foi para a escola de jazz “Louisiana”. Depois e como acompanhante de outros músicos trabalhou em hotéis. O seu primeiro trabalho profissional foi no teatro, na peça Baal, de Bretch, no Teatro da Trindade. Mas a entrada a sério no mundo do jazz deu-se ao integrar o quinteto da cantora Maria João , com o qual gravou dois discos nos anos 1980: Quinteto Maria João (1983) e Cem Caminhos (1985), com standards e alguns originais.

Mário Laginha foi investindo cada vez mais nas suas próprias composições, afastando-se da interpretação do jazz clássico e dos standards. Em 1987, com o apoio da Fundação Gulbenkian , estreou o Decateto de Mário Laginha durante o festival Jazz em Agosto; as composições e arranjos eram totalmente seus. Nesse mesmo ano, foi considerado pela crítica o melhor músico de Jazz português.

Mário Laginha tem articulado uma forte personalidade musical com uma vontade imensa de partilhar a sua arte com outros músicos e criadores.

Em finais da década de oitenta iniciou uma colaboração, que se mantém até hoje, com o pianista clássico Pedro Burmester, com quem gravaria um disco, e que seria alargada a Bernardo Sassetti em 2007 no projecto “3 pianos”, com a gravação de um CD e um DVD, além de uma dezena de concertos com fortíssima repercussão na crítica e no público. Até ao seu inesperado desaparecimento, Bernardo Sassetti foi, de resto, um parceiro e cúmplice de Mário Laginha em muitas dezenas de concertos e em dois discos gravados, o último dos quais dedicado à música de José Afonso.

Com uma sólida formação clássica, Mário Laginha tem escrito para formações tão diversas como a Big Band da Rádio de Hamburgo, Big Band de Frankfurt, a Orquestra Filarmónica de Hannover, Orquestra Metropolitana de Lisboa o Remix Ensemble da Casa da Música, o Drumming Grupo de Percussão e a Orquestra Sinfónica do Porto. E tem tocado, em palco ou em estúdio, com músicos excepcionais como Wolfgang Muthspiel, Trilok Gurtu, Tcheka,  Gilberto Gil, Lenine, Armando Marçal, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Howard Johnson ou Django Bates. Compõe também para cinema e teatro.

A obra mais recente do trio partilhado com Bernardo Moreira e Alexandre Frazão é “Mongrel”, um trabalho que partiu de temas originais de Chopin, transformados para a linguagem pessoal do pianista. “Iridescente”, gravado na Fundação Calouste Gulbenkian, é a sua última aventura musical com a cantora Maria João.

Colabora desde 2012 com o pianista brasileiro André Mehmari, tendo sido editado um disco em duo, gravado ao vivo, com música original de ambos, contando já com vários concertos no Brasil e em Portugal.

Em finais de 2013, Mário Laginha e o seu Novo Trio com o guitarrista Miguel Amaral e o contrabaixista Bernardo Moreira lançaram “Terra Seca”, um disco que desbrava novos caminhos para o jazz e a música portuguesa.

Em 2016 foi convidado pela Orquestra Gulbenkian para uma tournée, onde interpretou o concerto que escreveu para piano e Orquestra, recentemente gravado, tendo edição prevista  para breve.

Também em 2016, retomou a colaboração com o pianista Pedro Burmester, com quem tem tocado nalgumas das mais importantes salas e Festivais de Música em Portugal e no estrangeiro.

Em 2017 é editado o álbum “SETEMBRO” com o saxofonista Julian Arguelles e o percussionista Helge Norbakken, tendo sido apresentado em Inglaterra e com uma tour prevista para Portugal em Outubro de 2018.

Os bilhetes para o concerto estão à venda na secretária da Escola de Música da Póvoa de Varzim.