A cerimónia de lançamento desta
edição cinquentenária reuniu mais de uma centena de pessoas e contou com a
participação de José Macedo Vieira, Presidente da Autarquia e José Carlos de
Vasconcelos, “um poveiro de coração”.

Para Maria da
Conceição Nogueira, esta edição do Boletim
Cultural da Póvoa de Varzim
faz uma “viagem audaciosa através dos seus
anteriores volumes publicados desde 1958”. Este volume representa o “Momento
Absoluto” a que se refere Fernando Pessoa: “Porque o presente é todo o passado
e todo o futuro” e assim permanecerá através dos tempos, referiu a Directora,
que tratou ainda de apresentar a estrutura da obra.

Assim e para
assinalar o meio século de existência, o Boletim
Cultural da Póvoa de Varzim
engloba, entre outros textos, uma retrospectiva
pelos números que o antecedem, fazendo também uma homenagem aos anteriores
directores: Fernando Barbosa, Flávio Gonçalves e Monsenhor Manuel Amorim.
Numa primeira parte são também lembrados alguns dos
seus mais próximos colaboradores – Dr. Jorge Barbosa, Coronel Martins da Costa
e sua irmã, Dr.ª Maria da Glória, e, como não podia deixar de ser, Manuel
Lopes, o grande dinamizador desta publicação, desde longa data. A segunda parte
deste volume, ainda intimamente ligada ao espírito comemorativo do seu
cinquentenário, apresenta três artigos cujo objectivo é mostrar a vida do
Póvoa de Varzim, isto é, o seu percurso desde o nascimento até aos
seus cinquenta anos. Ainda com o mesmo sentido de homenagem, uma terceira parte
constituída por artigos sobre diversas áreas – História, Literatura, História
da Arte, História local, Urbanismo, Ciências da Natureza (Botânica) e
Etnografia –, tendo em comum um objectivo: participar no momento festivo do Boletim, dentro da especialidade de cada
um dos autores, tratando sempre uma temática relacionada com a Póvoa. A
Directora do Boletim aproveitou ainda o momento para prestar homenagem a um dos
autores que integra esta parte com um artigo póstumo, Joaquim Montezuma de
Carvalho, “o seu nome ficará eternamente ligado à nossa biblioteca pois nela se
encontra o seu espólio”, referiu com emoção. A última parte do Boletim
designada de Vária destina-se ao
registo de lançamentos de livros, exposições, palestras ou eventos
comemorativos ocorridos ao longo do ano e que contribuíram de forma relevante
para a construção da memória local, afirmou Maria da Conceição Nogueira,
chamando, em seguida, a atenção para a capa e contracapa deste número que
assinalam a comemoração dos 700 anos da outorga do Foral Dionisino à Póvoa de Varzim e uma homenagem ao fundador do
Boletim, Fernando Barbosa, e aos 50 anos de existência dessa publicação,
respectivamente. A
Directora referiu-se ainda ao lançamento paralelo dos Sumários e Índices do Boletim Cultural Póvoa
de Varzim
, projecto acalentado e até esboçado por Manuel Lopes, um volume
autónomo que apresenta o conteúdo publicado no Boletim durante os seus 50 anos
de existência, devidamente seriado por ordem alfabética e ordenado em quatro
secções: Títulos, Autores, Assuntos e Iconografia.

Maria da Conceição Nogueira
terminou deixando o alerta “no próximo ano de 2009 comemora-se o centenário da
morte do grande etnógrafo e arqueólogo poveiro Rocha Peixoto e esta tarefa
ocupa já o nosso pensamento” e o agradecimento a todos os colaboradores com os
quais “cumpriremos o legado do seu Fundador e dos Directores que lhe sucederam,
não deixar morrer o passado, dar a conhecer o presente, tendo em vista o
futuro.”

Na qualidade de
sobrevivente, “porque sou o único colaborador do primeiro volume que ainda não
faleceu”, José Carlos de Vasconcelos
considerou que “o Boletim Cultural da Póvoa de Varzim tem um historial, um peso e
obra já realizada que bem justificam que a autarquia da Póvoa mantenha o apoio
para o voltar a publicar” e recordou a altura em que surgiu a publicação, “era
uma época difícil, em que sentia muito a falta de apoio para a cultura”, tal
como reflecte no artigo que integra o volume 42 do Boletim, “Um Boletim à altura da Póvoa”.

Macedo Vieira assinalou o lançamento do Boletim Cultural da Póvoa de Varzim como
um “marco histórico para a cultura da Póvoa” enaltecendo o empenho de todos os
directores e colaboradores da publicação e lembrando a preocupação constante da
autarquia com as questões culturais.