Durante o dia, entre as 9h00 e as 12h30 e das 14h00 às
17h30
, terá lugar uma Oficina de
Modelismo Naval – embarcações tradicionais poveiras com António Fangueiro
que
dará a conhecer às crianças algumas réplicas de embarcações tradicionais
poveiras feitas por ele.

A construção de
modelos será porventura a melhor forma de ter contacto físico com as magníficas
embarcações que nos anos 80 eram já memórias do areal e uma criança nem
imaginaria que ali estiveram antes. Desde as suas variadas dimensões, às cores,
nomes, símbolos e marcas, ou aos padrões de ordenamento de todos esses
elementos, tudo se revela fascinante nestes antigos barcos, pois são eles o
meio essencial de um pescador, e era a partir deles que o resto da comunidade
se estruturava. Foi a partir deles que a Póvoa de Varzim de antanho se revelou
ao autor.

 

Nota biográfica de António Fangueiro

Nascido em Vila do
Conde em 1975, de pai caxineiro e mãe poveira, sempre viveu na Poça da Barca,
“virado a Norte” e com a Póvoa de Varzim como maior referência, pois
ambos os progenitores (e seus antepassados) sempre estiveram ligados à pesca,
com epicentro na Póvoa.

Cedo se habituou às
lides da pescaria local, durante os anos 80, na antiga praia do peixe, por
entre as mulheres e os pescadores que vinham ao areal descarregar o produto da
faina, entretido com os típicos barquinhos de lata que se enchiam com berbigão
e ameijoa, para depois vender à face da estrada junto com a mãe e o seu peixe. Os
anos 80 iam acabando e o antigo ex-libris do pescador poveiro, a afamada praia
dos seus barcos, também, em prol da modernização, mas as memórias ficaram. No
entanto, nunca o real passado daquele local, imortalizado em centenas de
fotografias, postais ou textos, havia sido despertado para o conhecer mais a
fundo.

Tal viria a
acontecer em 2007, fruto de uma passagem profissional pelo estrangeiro, onde
muitas das vezes se vê realmente as cores da terra de onde viemos, e se procura
todos os detalhes possíveis sobre ela. Assim teve início um blogue,
curiosamente sobre as Caxinas, mas que rapidamente englobou Vila do Conde e
Póvoa de Varzim, fruto de os temas se centrarem no mar.

Desenvolvendo temas
centrais como a pesca do bacalhau, as embarcações tradicionais portuguesas, ou
formas de arte e expressão marítima, as antigas embarcações de pesca da Póvoa
de Varzim tomaram especial lugar na constante investigação e pesquisa sobre
estes temas, e esse foi o mote para o início do modelismo naval. Era essencial
passar das duas dimensões de uma imagem antiga, para as três dimensões de um
modelo.

Após 5 anos de
investigação – nunca terminada -, o universo das embarcações que impressionaram
artistas e poetas, revelou-se extremamente vasto, percorrendo todo o Norte do
país e Galiza, outras comunidades para Sul, indo mesmo para além do Tejo, e
além-mar, ao Brasil, Angola e Moçambique.

 

No mesmo dia, às 21h30, será apresentado o Projeto “Património Marítimo –
aprender e marear na Lancha Poveira”
da Escola EB1/JI do Século, em
parceria com a Biblioteca Municipal, com a projeção de um vídeo e exposição dos
trabalhos feitos pelos alunos no decorrer do mesmo.

O projeto
“Património Marítimo – aprender e marear na Lancha Poveira” promovido neste ano
letivo pela professora Maria Luísa Salgado, da Escola EB1/JI do Século,
Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio, integrou sessões temáticas
abordadas com convidados sobre o falar poveiro, desenhar para navegar, musicar
o mar, histórias do nosso mar, ilustres e heróis poveiros, oficina de modelismo
naval, poemas do mar, dinamizando sessões pedagógicas, tendo em vista estimular
essas crianças a descobrir e a explorar o património marítimo local.