Luís Rocha, fundador e administrador da Energie, garante que a eficiência energética é semelhante e que os equipamentos são mais baratos.

Para acompanhar a tendência de mercado, a Energie investiu dois milhões de euros no final de 2014 para construir uma unidade de produção de termoacumuladores e um laboratório com uma Câmara climática. “Todos os produtos são desenvolvidos por nós, passando por ensaios com temperaturas a mais 40 graus e menos 40 graus, como as normativas europeias obrigam, por isso conseguimos antecipar o mercado. Quando enviamos os nossos equipamentos para os laboratórios para fazerem as certificações, temos a convicção de que os resultados estão conformes. Isso permite-nos ganhar tempo e o tempo num mercado que muda tão rapidamente é muito importante”, explica Luís Rocha.

A Energie está na fase de produção das primeiras bombas de calor e tem no ‘portefólio’ de Equipamentos com capacidades que vão dos 80 aos 450 litros, fabricando não só para si mas também para outras marcas.

Luís Rocha reconhece que houve um ganho de competitividade das empresas portuguesas de equipamentos de energias com a desvalorização do euro, que “permitiu às empresas europeias abrir uma janela de oportunidade” que até agora estava no Oriente por ter preços de produção imbatíveis.

As expectativas da Energie para o mercado de bombas de calor é grande até porque “um dos novos parceiros estava a importar mil bombas de calor do Oriente por ano. É uma quantidade muito significativa, representa mais de metade do mercado nacional”, refere o administrador da empresa da Póvoa de Varzim.

Mas estes equipamentos têm já encomendas para Espanha e Itália, que é atualmente o maior mercado de exportação da Energie.

A empresa vende para 45 países de cinco continentes. Começou há vários anos por Espanha. Foi o próprio Luís Rocha que conduziu até Vigo, com equipamentos na bagageira para participar numa feira naquela cidade espanhola.

Hoje em dia, o fundador da Energie tem apenas um calcanhar de Aquiles no continente europeu. A empresa está a tentar entrar na Alemanha há sete anos, mas acredita que vai encontrar um parceiro com peso na Alemanha e entrará no próximo ano.

Para exportação, a empresa está concentrada nos painéis solares termodinâmicos já que “é mais fácil exportar estes equipamentos, porque é a única empresa do mercado, do que estar a vender bombas de calor, embora tenhamos planos para apostar também na exportação”.

No ano passado, os mercados internacionais representaram 86% da faturação total do grupo, mas Luís Rocha reconhece que ainda tem de fazer um esforço para diversificar os países onde está presente e tentar reduzir o peso da Europa. Para isso, a aposta vai centrar-se na América do Sul e prova disso é a assinatura de um novo contrato com o Chile para onde já seguiram quatro contentores.