Sob a direção de Rui Silva, o concerto teve a participação do Coro EMPV, da Soprano Lenabel Pinheiro e do Ensemble Instrumental Pró-Música, , que apresentaram Requiem for the Living de Dan Forrest.

Um Requiem, na sua essência, é uma oração para o descanso eterno – a morte.

Os cinco andamentos que compõe o Requiem for the Living de Dan Forrest, tal como o título enuncia, são dedicados tanto aos vivos – no sentido de formar uma narrativa para os que sofrem com a perda, e a própria luta com a dor e tristeza – como para os mortos.

O primeiro andamento define o Introit tradicional e os textos do Kyrie – o descanso eterno e o perdão – usando elaborações cada vez maiores, com um motivo descendente de três notas simples.

O segundo movimento, Vanitas Vanitatum – Vaidade das vaidades – contrariando o Dies Iraetradicional, define textos bíblicos que falam da turbulência e do sofrimento que enfrenta a humanidade, embora, ainda, invocando alusões musicais e textuais aos Dies Irae. Este momento justapõe elementos e células rítmicas agressivas com longas e flutuantes linhas melódicas, incluindo citações do Kyrie, do primeiro andamento.

Agnus Dei, precedendo o Sanctus – inversão da ordem litúrgica tradicional – surge como um pedido de libertação e de paz. De seguida, o Sanctus torna-se uma resposta a essa redenção.

Sanctus oferece três olhares diferentes dos “céus e da terra, cheios da Vossa glória”, os quais desenvolvem o mesmo motivo musical: uma secção de abertura etérea, inspirada por imagens do espaço do telescópio espacial Hubble, uma secção intermédia de agitação, inspirada por imagens do nosso próprio planeta, visto a partir da Estação Espacial Internacional, e uma secção final que traz o ouvinte para a Terra, onde as cidades estão repletas da energia da humanidade.

Lux Aeterna, que encerra a obra, retrata a luz, a paz e o descanso – tanto para os mortos como para os vivos.