A iniciativa, que pretende assinalar o primeiro ano do falecimento da escritora, é promovida pela Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, à qual Luísa Dacosta doou o seu espólio, em parceria com a Associação Cultural Póvoa Ontem e Hoje.

Nesta sessão serão lembrados testemunhos alusivos à vida e obra da escritora e da sua vivência em Aver-o-Mar onde, num moinho reconstruído, viveu e escreveu sobre a paisagem e as mulheres desta freguesia poveira.

Aver-o-Mar é tema de muitos dos seus livros: A-Ver-o-Mar (crónicas) (1980), Morrer a Ocidente (crónicas) (1990) e A Maresia e o Sargaço dos Dias (poesia) (2008), além do conto Nos Jardins do Mar (1981), e de várias páginas dos dois diários publicados da autora: Na Água do Tempo (1992) e Um Olhar Naufragado (2008).

Um outro tema evocado nos seus contos e crónicas é o da condição da mulher, abordada no campo da ficção e nas páginas de reflexão nos diários.

As mulheres de Aver-o-Mar que “murcham aos trinta anos”, e que conheceu “ainda analfabetas na resignação do trabalho duro sem remuneração e sob o jugo, pesado, da brutalidade dos homens”.

Em 2004, o Município da Póvoa de Varzim atribuiu-lhe a Medalha de Cidadã Poveira, grau prata. Na proposta de homenagem (sessão de 2004.04.19), o Presidente da Câmara realçou que “Luísa Dacosta está profundamente ligada à Póvoa de Varzim – local de ócio e de escrita e, por isso, muito presente na sua obra (…) que cultiva com assinalada e igual mestria géneros tão diversos como a crónica, a poesia e o conto… A sua associação, de longos anos, à Póvoa de Varzim é circunstância que, com esta distinção, o município valoriza como factor de alto prestigio para a Cidade.”

Em 2011, as Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim incluíram uma homenagem a Luísa Dacosta, acompanhada de uma revista sobre a escritora.