Para assistir a esta conversa estiveram três turmas de 8º anos, acompanhadas das suas professoras. O auditório da escola estava vestido a rigor para receber os escritores, havia livros e espalhadas pelas paredes, estávamos perante o cenário perfeito para falar de literatura.

Ainda antes de os escritores iniciarem a conversa, houve um momento teatral, onde um aluno interpretou um pedaço de uma história de um livro de Afonso Cruz. Posto isto, a sessão começou Filipa Martins fez as honras e agradeceu não só estar naquela escola para falar com os jovens, mas também o fato de haver este encontro de escritores na Póvoa de Varzim. Seguidamente, contou histórias de criança que remetem para a altura em que começou a ler e a descobrir o gosto pela leitura. Nesse momento perguntou “porquê que nós lemos?”, era a pergunta que fazia a si mesma quando tinha a idade daqueles alunos. Um dia mais tarde descobriu a resposta, “nós lemos para encontrarmos as respostas que procurávamos”.

O livro que mais gostou de ler em criança foi , O diário de Anne Frank, que vinha a acabar comprando um diário e escrevendo o final.

No final, explicou que gosta de escrever também pela capacidade que a escrita tem em tornar a mesma pessoa numa pessoa diferente, em pessoas tão distintas.

Chegada a vez de Afonso Cruz começar a contar as suas experiências, antes quis agradecer o momento em que um aluno interpretou uma parte do seu livro, o que o deixou muito feliz.

Visto que, a audiência eram jovens Afonso Cruz também resolveu contar algumas histórias da sua infância, e uma em especial que o levou a escrever um livro. Certo dia, há muitos anos, durante a Segunda Guerra Mundial, os avós do escritor Afonso Cruz albergaram um pintor que andava a ser perseguido. “Eu era ainda pequeno e achava que os meus avós os escondiam na cozinha e que ele dormia debaixo do lava louça”.

Passaram-se alguns anos e Afonso Cruz resolveu escrever a história daquele pintor, ao procurar informações descobriu que afinal o pintor, que não era português, dormia no ao lado da lareira, na sala da casa dos seus avós.

Terminou a sessão dizendo que acha que os livros é que escolhem os leitores e não os leitores que escolhem os livros.