Patente até 25 de fevereiro, esta mostra merece uma visita na medida em que apresenta um espólio rico e diversificado, onde se refletem as diferentes etnias que constituem esse enorme país cuja civilização tem raízes milenares. Muitos dos instrumentos apresentados são réplicas de peças encontradas em estações arqueológicas anteriores à era cristã mas não faltam, também, peças que testemunham a evolução ocorrida ao longo dos séculos, sendo ainda hoje utilizadas na música tradicional.

Este é um convite para a descoberta de uma civilização que nos remete para quadros mentais totalmente diferentes dos nossos e onde aos instrumentos e à música cabia um papel fundamental. Na mística subjacente ao “Sistema de Música Ritual”, teorizada por filósofo Confúcio (551-479 A.C), considerava-se que da correta articulação e inflexão de cada nota dependia a harmonização entre o Céu, os Homens e a Terra. A música era, portanto, um instrumento de poder, sendo considerada um assunto de Estado. Sob a tutela dos Imperadores a sua utilização em cerimónias oficiais e militares foi meticulosamente regulamentada. Neste contexto, cabia à música a vertente celestial, desempenhando um papel unificador, enquanto os rituais refletiam os aspectos terrenos, marcando a diferença e infundindo o respeito mútuo.