A Forma das Ruínas passa-se em Bogotá, Colômbia, em 2014: Carlos Carballo é detido por tentar roubar de um museu o traje de Jorge Eleiécer Gaitán, líder político assassinado em Bogotá em 1948, em plena guerra do Estado colombiano com os narcotraficantes. Carballo é um homem atormentado, em busca de sinais que lhe permitam destrinçar os mistérios de um passado pelo qual está obcecado. No entanto, ninguém, nem as pessoas que lhe são mais próximas, suspeita das verdadeiras razões da sua obsessão.

O que liga o assassinato de Gaitán, cuja morte partiu em dois a história da Colômbia, e o homicídio do presidente americano John F. Kennedy? Como pode um crime ocorrido em 1914 marcar a vida de um homem no século XXI? Para Carballo, não existem coincidências e todos estes eventos estão intimamente relacionados.

Depois de um encontro fortuito com este homem misterioso, Vásquez (sim, o próprio Juan Gabriel Vásquez, que aqui deixa cair a máscara) sente-se compelido a esmiuçar os segredos de uma vida alheia, ao mesmo tempo que se debate com os momentos mais obscuros do passado colombiano.

Uma leitura compulsiva e uma indagação magistral às verdades incertas de um país que ainda mal se conhece a si mesmo.

Quando a TV parava o país, de João Gobern, aborda um tempo em que a televisão era única, irrepetível e tinha um impacto tremendo no nosso dia-a-dia.

As famílias reuniam-se no sofá da sala para ver as novelas e os concursos semanais; o Festival da Eurovisão era motivo de serão organizado entre amigos e vizinhos ansiosos pela classificação da canção portuguesa; o Telejornal era o grande momento noticioso do dia, à mesma hora, para toda a gente.

A TV parava mesmo o país. Quem não se lembra do Zip-Zip e do Tal Canal? E quem não acompanhava A Visita da Cornélia e os episódios sensuais da Gabriela? Os miúdos deixavam-se levar pelas sugestões do Vasco Granja e pela vida trágica do Marco e da Heidi; os adultos viam as séries estrangeiras e acompanhavam os debates explosivos entre os líderes políticos.

A televisão dava que falar (principalmente no dia seguinte, no trabalho ou na escola), agitava mentalidades, animava os dias tristes, explicava o bom português e até nos mandava deitar.

João Gobern faz aqui uma viagem por quase 40 anos de TV em Portugal, através dos programas e dos protagonistas que nos apaixonaram. O livro, senhores telespectadores, segue de dentro de momentos.