Acompanhado pelo Presidente da Junta, Carlos Maçães, e pelos Vereadores Andrea Silva e Ricardo Zamith, o autarca, na primeira fase desta visita, viu “o que ainda falta corrigir”, como o próprio avaliou. Na segunda fase, Aires Pereira conversou com a população. Durante duas horas, o Presidente da Câmara Municipal respondeu às questões levantadas pelos averomarenses e foram vários os assuntos abordados nesta conversa: estacionamento, acessibilidades, semáforos, lombas, passadeiras, gás e ruído. 

A primeira palavra coube a Carlos Maçães. O Presidente da Junta afirmou que Aver-o-Mar não é a mesma desde 2005, ano em que começou o seu primeiro mandato: “conseguimos dotar a freguesia com valências e infraestruturas que antes não existiam e que nem sonhávamos que pudéssemos vir a ter”. Mas, desengane-se quem atribui a esta declaração falta de modéstia. Na verdade, Carlos Maçães pretendeu elogiar os funcionários da Junta: “eles fizeram muito bem o seu trabalho e os políticos é que acabaram por fazer boa figura. Sem a dedicação desta equipa Aver-o-Mar não estaria tão desenvolvida como está atualmente”.

Aires Pereira recordou a desconfiança da população em relação aos seus projetos quando há três anos visitou Aver-o-Mar. “Decorrido este tempo concretizamos grande parte do proposto e conseguimos ir mais além. Mas, até ao fim do mandato, há ainda coisas para corrigir e um conjunto de investimentos substanciais a efetuar”.

A Escola do Cruzeiro que, em breve, será transformada num espaço para os idosos da freguesia, é um dos projetos mais acarinhados pelo autarca. “Aver-o-Mar tem muitos idosos e grande parte deles vive sozinho ou com dificuldades económicas. Neste Centro de Dia vão ter acesso a cuidados médicos básicos como medir a tensão, tomar uma vacina, ter quem se certifique que tomem a medicação. Além disso, a Escola será dotada com uma cantina e os utilizadores do espaço vão poder fazer pelo menos uma refeição e regressar a casa já aconchegados”.

Um dos projetos que Aires Pereira mais se orgulha é o passadiço, que confessou ter ultrapassado as suas expectativas. “Ao fim deste tempo, tudo continua impecável e isso deve-se também à população de Aver-o-Mar que está atenta, não deixa estragar e é a primeira a dar conta quando falha alguma coisa”, disse o autarca. Aires Pereira lembrou que ouviu várias vezes que o arranjo da marginal da freguesia iria ser “dinheiro deitado fora. No entanto, o passadiço trouxe outra vida a Aver-o-Mar, revitalizando o comércio e trazendo novas caras à freguesia todos os dias”. E, seguindo esta ordem de ideias, Aires Pereira voltou a assumir a sua posição no que diz respeito à abertura da marginal ao trânsito automóvel, ligando o Estádio do Varzim Sport Club a Aver-o-Mar. “A freguesia não precisa de carros. Precisa de pessoas. Quem me dera poder acabar com a circulação na Avenida dos Banhos, por exemplo. Se concretizássemos essa abertura em Aver-o-Mar iria acontecer o mesmo que acontece na Póvoa: carros e carros com os seus condutores com o braço à janela, dando voltas e voltas e sem trazer nenhum benefício à freguesia”. Questionado, então, sobre este assunto, o Presidente da Câmara afirmou que ainda ninguém conseguiu demonstrar os ganhos que Aver-o-Mar iria ter com essa abertura ao trânsito automóvel e sublinhou, uma vez mais, que não faz parte do seu programa esse projeto: “a minha opinião vale tanto quanto a de qualquer pessoa. Eu digo ao que vou e asseguro que enquanto eu for Presidente da Câmara essa abertura não será realizada. Evidentemente, os averomarenses que não concordarem comigo devem escolher outras opções”.

Esta opção não significa que a Câmara Municipal não tem soluções para resolver os problemas de acessibilidade da freguesia, até pelo contrário. Por estar a desenvolver outras soluções, muito mais dispendiosas, definitivas e benéficas para todos os poveiros – e não apenas os averomarenses – é que a abertura da Marginal não entra no seu programa. A aquisição de uma casa e terrenos para aumentar a Via B, ligando Vila do Conde a Aver-o-Mar, passando pelo Parque da Cidade, foi efetuada e, em breve, haverá alternativa à circulação que não a “rua dos frangos”. Aires Pereira afirmou que a circulação na Estrada Nacional é “impossível nas horas das refeições mas o sucesso das empresas instaladas nessa rua é muito importante para a economia do concelho. Vivemos do comércio mas precisamos de arranjar uma alternativa. Em 2018 serão investidos 5 milhões de euros no aumento da Via B”.

Uma das reivindicações de alguns populares prendeu-se com o investimento da Câmara Municipal em Aver-o-Mar e com o suposto direito de receber mais em relação a outras freguesias tendo em conta o número de população e, consequentemente, com os impostos que o município recebe. O Presidente da Câmara Municipal esclareceu que os investimentos realizados nas freguesias prendem-se com as necessidades de cada uma e não com o valor dos impostos que pagam: “não faço contas desse tipo”.

A falta de areia nas praias foi outro dos assuntos abordados durante esta conversa. O autarca explicou que a Associação Portuguesa do Ambiente (APA) não permite que a areia retirada através da dragagem no Porto de Pesca seja recolocada a menos de duas milhas e meia de distância e 50 metros de profundidade, regra com a qual Aires Pereira está em desacordo. Ou seja, não depende da Câmara Municipal a resolução efetiva do problema, cabendo-lhe apenas a missão de pressionar os organismos competentes para a eficaz resolução da questão. O mesmo acontece em relação ao estado “degradável” – como o próprio autarca referiu – da Estrada Nacional. Compete às Estradas de Portugal o arranjo do pavimento, a colocação de semáforos e a construção de rotundas. Perante a insistência dos averomarenses em relação à dificuldade de circular na Estrada Nacional (quer de carro, quer a pé), Aires Pereira explicou que os problemas só serão resolvidos quando a tutela da Estrada for entregue à Câmara Municipal.

O edil concluiu sublinhando que os investimentos em Aver-o-Mar não têm sido efetuados apenas na zona à beira-mar mas, também, na zona interior da freguesia.