O editor do “mais importante escritor cubano da atualidade”, Manolo Valente, apresentou o autor e desde logo o deixou “arrepiado de medo” ao distingui-lo com tal estatuto e elogio. “Dá-me muito medo essa responsabilidade”, porque não creio ser assim importante, já que “continuo a ser um escritor com muitas dúvidas sobre aquilo que escrevo”, afirmou Leonardo Padura.

“Hereges” é mais um romance em que o autor procura a liberdade, narrando uma história em que volta a estar em foco o detetive privado Mário Conde, personagem recorrente na obra do escritor. Padura considerou a escrita um “esforço solitário”, que viu a sua recompensa, agora, ao encontrar-se de perto com os leitores, até porque, sublinhou, “não escrevemos para nós e sim para as outras pessoas”.

Inês Pedrosa também se fez acompanhar da sua editora, Cecília Andrade. E foi à escritora Maria Manuel Viana que coube a tarefa de apresentar a escritora e o seu mais recente trabalho: “Desamparo fala de todos e de cada um de nós” e nesta história podemos encontrar várias “histórias de injustiças, fome, solidão, de mentiras de que somos um país de acolhimento”.

Em suma, Inês Pedrosa dá continuidade à temática transversal à sua obra – “a força insuperável da solidariedade”.

Inês Pedrosa mostrou-se muito emocionada com esta apresentação surpreendente da sua amiga escritora e aproveitou para agradecer a todos os seus amigos, que a ajudam na revisão das obras, bem como à família e aos editores. Fez votos para que os leitores também possam rir ao ler o livro, porque também existe humor em “Desamparo”. Este livro, disse, “é um murro no estômago”.