Haverá ainda uma maquete do balneário realizada pelo próprio em exposição nos dias 29 e 30 de agosto.

Cândido da Graça Pinheiro nasceu na Rua da Junqueira, na Póvoa de Varzim, a 13 de março de 1940.  Frequentou a escola primária, completando a 4ª classe. Com 11 anos saiu da escola e foi ajudar o pai na carpintaria e no balneário (banhos quentes). Este período foi, segundo o próprio, “muito alegre pois, entre fugas para jogar a bola e trabalhar no balneário, convivi com pessoas que frequentavam os banhos, gente muito boa. Aos 16 anos empreguei-me numa carpintaria para aprender a arte e aí permaneci até aos 24 anos. Nessa altura, ainda tive tempo de aprender a dançar e fiz parte do Rancho da Lapa. A minha vida civil foi interrompida com a ida para a vida militar, entre 1961 e 1963. Quando regressei decidi voltar a estudar e em 1964 matriculei-me na Escola Comercial e Industrial Rocha Peixoto para tirar um curso comercial. Tudo corria bem e já com o ano escolar quase acabado recebo, em Maio de 1965, a guia de marcha para emigrar para a África do Sul onde permaneci durante 40 anos. Em 2003 regressei definitivamente a Portugal e mais uma vez, por influência de familiares, voltei a estudar. A minha vida agora é bastante mais calma e dedico as horas e dias a reproduzir lugares conhecidos da Póvoa. Espero que nos próximos anos consiga fazer várias maquetas de prédios que me fazem lembrar a minha juventude”.    

 

O Balneário Povoense

“Em Junho de 1915, inaugurou-se com grande pompa, o Balneário Povoense. A notícia foi dada em grandes parangonas pelos jornais de província e algumas revistas dedicaram-lhe uma página ilustrada. Era seu proprietário o Sr. Francisco Manuel Pinheiro. O moderno balneário apresentava já 14 cabines para banhos de imersão e uma sala de duches quentes, inovação da época. A água era captada no mar por um grande tubo, enterrado na areia, filtrada e puxada por um motor para o local dos banhos. Na cave, cinco enormes caldeiras a vapor aqueciam a água durante a temporada balnear. Era o último grito em banhos de imersão”. José de Azevedo – O Pinheiro dos Banhos Quentes. In “Póvoa de Varzim: a terra e o mar”. Póvoa de Varzim, 1976, p. 68-69.