O documento formaliza a conceção do edifício à autarquia de modo a que a sua preservação e remodelação sejam asseguradas. O Farol de Regufe, propriedade do Ministério da Defesa Nacional, é gerido pelo Grupo Recreativo de Regufe desde o ano 2000 e o Presidente da Câmara Municipal, Aires Pereira, considera que a associação precisa de uma nova sede: “Era um assunto que se estava a arrastar no tempo e, como estamos na iminência de começar com a obra, precisávamos da formalização. Então, aproveitamos a presença da Marinha na Póvoa de Varzim, concretamente do Chefe do Estado-Maior da Armada, e de forma solícita resolvemos a questão e não temos mais nenhum impedimento. A obra vai arrancar dentro de poucas semanas e o Regufe vai passar a ter instalações de acordo com as suas necessidades e recuperar todo aquele espaço”.

O autarca lembrou que “o Farol de Regufe esteve para ser desmontado e a Câmara Municipal recuperou-o, bem como à casa anexa, e agora vamos dotar o espaço de outras condições para permitir visitas ao farol e outra dinâmica e animação. O investimento ronda os 300 mil euros e o edifício será construído em duas fases”.

O Almirante António Silva Ribeiro, Chefe do Estado-Maior da Armada, considera de extrema importância para a Marinha a preservação destas estruturas, daí a vontade em delegar nas autarquias esta função: “o Farol de Regufe, totalmente em ferro, é um monumento histórico e de uma arquitetura lindíssima. Como não tem utilidade para o assinalamento marítimo, fruto da evolução das cidades, entendemos disponibiliza-lo para poder ter uma utilização de natureza cultural, que serve para preservar a nossa memória histórica ligada ao mar. Por isso, temos muito orgulho em ter a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e o Grupo de Regufe a tomar conta do edifício”.

O Chefe do Estado-Maior da Armada anunciou outra novidade: o primeiro salva-vidas moderno vai chamar-se “Cego do Maio”, embarcação que estará a navegar em 2018.

“Fruto das decisões tomadas pelo governo em funções estamos num processo de requalificação das estações salva-vidas e assinamos contrato com o Arsenal do Alfeite para construir dois novos salva-vidas, um para a Póvoa de Varzim e outro para a Horta, nos Açores. O primeiro que sair dos estaleiros vem para a Póvoa e chamar-se-á “Cego do Maio”, em honra desse extraordinário português que no século XIX salvou tanta gente e foi distinguido com as mais altas condecorações portuguesas”.

O atual salva-vidas da Póvoa de Varzim, “Patrão Joaquim Casaca”, vai ter outro destino. O almirante lembrou: “era eu um jovem oficial, que tinha acabado de sair da escola naval, em 1978, quando o salva-vidas ‘Patrão Joaquim Casaca’ entrou novinho em folha no porto de Leixões. Está prestes a completar 40 anos de atividade e está na altura de ser substituído ou ser relocalizado para passar a atuar numa zona menos complexa que a Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Aqui o mar é muito exigente, daí a necessidade de termos cá um salva-vidas rápido e de grande capacidade para o salvamento marítimo”.