“Todo este livro é composto de sentimento e
emoção e nele se fala de uma Póvoa de outros tempos, de uma Póvoa de memórias e
saudade que a todos tanto diz”. Foi desta forma que Luís Diamantino, vereador
do Pelouro da Cultura se referiu a O Ardina, o Livro Sonhado, que foi apresentado este sábado
no Diana Bar. E o Diana Bar encheu-se para saudar esta edição e acolher o sonho
de Joaquim Ferreira da Silva, agora concretizado neste livro de homenagem ao
seu pai, conhecido como o António dos jornais, quando passam cem anos sobre o
seu nascimento.

Café “mítico” para a memória da
cidade, como lembrou o autor, o Diana Bar tinha que ser o lugar escolhido para
escrever este livro, porque ali estão as memórias de Régio, porque dali se vê o
mar, tão ligado à vida da Póvoa e dos poveiros, o mesmo mar que tanto
inspirou  Joaquim Ferreira da Silva e
distraiu, porque, como afirmou, no dia do lançamento, “passei mais tempo a
olhar para ele do que a escrever, por isso demorei tanto”. 

 “O
Ardina”, que é como sempre se assina o autor nas pequenas crónicas que escreve
para os jornais locais e como gosta até de ser tratado, falou deste livro com carinho,
não só porque ele constitui uma homenagem ao seu pai, mas também porque só foi
possível editá-lo graças aos contributos de muitos dos seus amigos que, com
pequenos donativos, o ajudaram a custear a edição de 500 exemplares. O produto
da venda será depois doado ao mapadi
e à Casa do Ardina, em Lisboa. O sonho, que demorou dois anos a concretizar obrigou
o Ardina a um esforço suplementar. Joaquim Ferreira da Silva, que escreveu toda
a sua obra à mão, achou que devia actualizar-se, frequentou um curso de
informática da junta de freguesia, acabando por ser capaz de passar todo o
manuscrito para o computador, demonstrando que a idade não é impedimento para
aprender e avançar.

Ilustrado com fotografias da Póvoa no início
e meados do século XX, o livro relata a história do António dos jornais e as
histórias de tantas outras vidas que com a dele se foram cruzando, resultando
no retrato da própria vida da cidade de 1906 a 1984.