Sobre O Convidador de Pirilampos, os autores escolhem a seguinte passagem para apresenta-lo:

“– Não achas que podem ficar tristes, esses pirilampos dentro de uma gaiola que fica dentro do teu quintal?

– Se estivessem tristes, acho que não brilhavam assim.

– E se estiverem a brilhar de tristeza? – perguntou o Avô.

– Não tinha pensado nisso.

Perto da Floresta Grande vive um menino e o seu Avô. O menino gosta de cientistar coisas: Já inventou um aumentador de caminhos e um convidador de pirilampos. Fala em código Morse com eles”.

Com Vaicomdeus, SARL Júlio de Almeida oferece-nos uma surpreendente obra de ficção. Em apenas quatro dias, tanto quanto dura a história que nos é contada, perpassam perante o leitor quarenta anos da história de Angola. Vaicomdeus, SARL combina, na dose certa, reflexão e divertimento.

E, conforme advertência do autor, alguns factos aconteceram mesmo, outros vão acontecendo e os demais poderiam ter acontecido.

“Uma característica importante deste livro parece ser o falar de coisas sérias, dramáticas mesmo, mas sem perder nunca a qualidade estratégica número um para a sobrevivência do angolano, a capacidade de rir das próprias desgraças.”

Yoro é uma odisseia assombrosa pelos lugares mais profundos e negros da mente humana. Ecoando Dom Quixote, Wim Wenders e Herzog na sua tensão narrativa, este romance é a busca de uma mulher por identidade, justiça, compaixão e maternidade. H, a narradora e protagonista, confessa um crime nas primeiras páginas. E, em tom desafiante, continua, pedindo ao leitor que se atreva a ler a sua história, a sua confissão. H nasce em 1945, no momento da explosão da Little Boy sobre Hiroxima. Anos depois H conhece Jim, um soldado norte-americano que procura, desde a guerra, uma criança que lhe foi entregue e depois retirada: Yoro. Apaixonados, percorrem o mundo seguindo as mais ténues pistas, até que, na viagem final, a verdade, complexa e perturbadora, revela o crime de H e a sua razão.

Torrencial, cru, pendendo entre polos opostos, amor e desespero, encontro e confusão, descoberta e prisão, Yoro carrega nas suas páginas o caos pós-Segunda Guerra Mundial, o encontro frontal com a sexualidade e o mundo, a violência da linguagem e da lógica.