A Casa das Rosas é o primeiro romance de Andréa Zamorano, “uma espécie de híbrido quanto à nacionalidade. Não quero escolher. Fico com o melhor de Portugal e o melhor do Brasil”. O seu livro conta a história de Eulália, uma jovem da classe média-alta de São Paulo. Os inusitados acontecimentos que marcam a sua vida nesse período épico da história brasileira, entre 1983 e 1984 (a campanha pelas eleições diretas, marco no combate pela democracia), vão transportar o leitor para um mundo onde realidade e fantasia coexistem e se entrelaçam. Ao longo desta história, haverá uma mãe desaparecida, um vestido de noiva, um detetive solitário, um jardineiro que sabe demais, um deputado poderoso, um perfume de rosas, uma fuga através da cidade, um animal que fala, um fantasma que aparece e desaparece, um poeta mexicano que só mais tarde irá aparecer nos livros de Roberto Bolaño. E um final empolgante e inesperado.

Ana Cássia Rebelo esclareceu que Ana de Amsterdam não é ficção: “podem existir dados ficcionados mas este é o meu diário”. O livro nasceu do blog de Ana Cássia Rebelo. Começou por escrever sobre temas da atualidade mas percebeu que “havia quem já o fizesse muito melhor do que eu. Comecei, então, a escrever sobre a minha vida, os meus filhos, as minhas alegrias e frustrações. “Ana interpreta a condição de muitas mulheres que coabitam com a frustração, asfixiadas pela casa, pelos filhos, pelo trabalho, pela falta de apoio. Noutras palavras: pelos preceitos do repugnante machismo, que impede as mulheres de admitirem publicamente que os filhos lhes esmaguem as ambições, as capacidades, as forças realizadas, e as impossibilitam de desenvolverem as múltiplas facetas da sua personalidade”.

Xerezade, a última noite, de Manuela Gonzaga, leva-nos aos meandros de uma fascinante tapeçaria narrativa, ondemos podemos encontrar referências díspares, quer de mitos clássicos ou pré-clássicos, quer ainda de histórias de encantar, juntamente com memórias soltas como um colar de pérolas desatadas que a narradora, Xerazade, tenta reconstruir para confortar o amante que, inconformado, se recusa a deixá-la ir embora.

Manuela Gonzaga explicou que este livro demorou nove meses a ser escrito e que surgiu enquanto pesquisava para outro trabalho que tinha em mãos. “Ganhou vida própria e passou a ser prioridade na agenda literária”.