A iniciativa, promovida pelo Rotaract Club da Póvoa de Varzim, realizou-se no Auditório da Biblioteca Municipal.

O Presidente começou por denunciar o atual “alheamento que os jovens têm da vida política” e, neste sentido, apelou para que se interessem pela vida pública pois só dessa forma pode influenciar as políticas de juventude.

Depois de uma abordagem sobre política da juventude em geral, Aires Pereira centrou-se a nível local e começou pro transmitir que “como o cerne de qualquer verdadeira política para a juventude está no crescimento económico, o seu centro de decisão está no governo central, que tem de apostar no desenvolvimento dos setores económicos mais capazes de crescer e gerar emprego e que tem de facultar a formação técnica mais capacitante para a integração nesse processo de desenvolvimento”.

No entanto, “muitas vezes, as políticas de juventude, ou para a juventude, não passam de um conjunto de atividades recreativas e culturais, ou de umas quantas benesses no acesso a determinados bens assim, a modos de “cartão jovem”, tal como há o “cartão sénior”, ou seja, as ditas políticas de juventude mais não são, em geral, do que políticas de entretenimento juvenil.

Esta via, que passa pelo incentivo ao consumo, não tem a ver com o crescimento económico. É claro que os jovens necessitam de ocupar o seu tempo livre. E que esta ocupação deve ser feita de modo a contribuir para a sua formação humana. E com este objetivo nós, aqui na Póvoa de Varzim, oferecemos um leque muito variado de atividades, com origem nos diferentes Pelouros. E com uma particularidade: temos, e fomos dos primeiros municípios a ter, uma Casa da Juventude, que tem uma missão e uma oferta de programação que é transversal aos diferentes Pelouros”.

Neste sentido, o Presidente da Câmara citou algumas das iniciativas regulares, e ao longo de todo o ano, para os nossos jovens, nomeadamente: as Colónias de Férias para crianças e jovens, na Páscoa, no Natal, no Verão, com a necessária formação dos seus monitores; o Fórum de Saídas e Opções Profissionais para os alunos das Escolas E.B. 2.3 e Secundárias e a Bolsa Concelhia de Voluntários, importante num tempo em que o voluntariado é não apenas um valor cívico, mas também um contributo para a empregabilidade (Pelouro da Coesão Social); as temporadas de escavação arqueológica em Terroso (no verão), as bibliotecas de praia, os workshops e formação modulares e os concertos, os ciclos de cinema e as conferências (Pelouro da Cultura); o Plano de promoção do Atletismo (PPA), o Plano de Desenvolvimento do Ténis de Mesa, o Plano de Promoção do BTT, o projeto de Atividades de Enriquecimento Curricular – AEC’s, o Campeonato de Futebol Interfreguesias, os Jogos Desportivos Municipais, a Primavera Desportiva, o Verão Desportivo, o Cicloturismo e o Corta-Mato Inter-escolas (Pelouro do Desporto).

Aires Pereira reconheceu que “todas estas atividades sendo importantes, não são aquelas que consideramos nucleares para que os nossos jovens tenham o sucesso que merecem. Essas situam-se a dois outros níveis: no apoio à formação, nos setores em que a mesma é da responsabilidade municipal, ou seja, no pré-escolar e no 1º e no 2º ciclo, nomeadamente no transporte e na alimentação dos alunos e nas AEC’s que custam ao município, este ano, 1.111.600,00€, e na qualificação dos edifícios escolares. Ainda nesta área, veja-se o contributo do município para a criação de oferta formativa de nível superior adequada à economia da região (ESEIG); no apoio às famílias e às empresas favorecendo as famílias de menores recursos (com apoios sociais diversos: à renda, aos medicamentos, à alimentação…). Temos, no orçamento do município, dotações que atingem 132.590€, através do Fundo Local de Emergência Social. E com a Tarifa Social da Água, que abrange 568 famílias, o município prescinde de 87.600€ por ano”.

A este propósito, o autarca realçou o facto do Município praticar a política fiscal mais amiga das famílias e das empresas – o IMI e o IRS nos escalões mais baixos, inexistência de Derrama (somos, na região, o único município que não cobra este imposto sobre o IRC), ou seja, “procuramos atuar ao nível das causas para tentar consequências ou efeitos melhores, dando às famílias uma autonomia de meios que as liberte do recurso à subsidiodependência”.

Aires Pereira terminou concluindo que “somos, portanto, coerentes: colaboramos na qualificação dos poveiros, para que estes sirvam o desenvolvimento económico do concelho e dele beneficiem. Constatamos que os jovens poveiros usufruem de bons níveis de felicidade, como se constata pelo facto de serem, na Área Metropolitana do Porto, os que menos se refugiam em drogas e comportamentos desviantes. Proclamamo-nos “um concelho para a Juventude”. E se isto é verdade pela preferência que, notoriamente, os jovens desta região confessam pela Póvoa de Varzim, é também verdade pela diversidade e pela qualidade estrutural das políticas que aqui implementamos.

A nossa cidade, sendo interclassista e multietária, é estruturalmente, uma cidade jovem, na forma como, no espaço público, se relaciona com as pessoas. Vocês são a melhor confirmação do que afirmo”.