“O que se passou este verão é algo inadmissível. Considero inconcebível, mesmo para a Câmara Municipal, se fossemos nós chamados a essa responsabilidade, não conseguir, durante um ano, fazer um concurso de um milhão de euros, adjudicá-lo e pô-lo em funcionamento”.

“Não posso deixar de manifestar a minha preocupação relativamente ao que aí vem. A barra já está fechada e o inverno ainda não começou. Não posso deixar de exigir responsabilidades de quem tem a tutela da área. Eles têm que resolver a questão. E quando acontecer um incidente, não podem deixar de assumir as suas responsabilidades”, advertiu, acrescentando “numa altura em que toda a gente tem direito à indignação, acho que os responsáveis políticos por esta área também se deviam indignar por não serem capazes de fazerem isto”.

O Presidente esclareceu que “o concurso chegou a ser lançado, já muito tarde, e não ficou concluído a tempo de ser executado. Já para agilizar este processo, evitando investimentos de maior envergadura, sempre defendi que se fizesse alguma coisa do que não se fizesse nada”.

Insatisfeito, transmitiu: “não posso aceitar esta situação e tenho que naturalmente ser solidário com os nossos pescadores e com o tecido económico da Póvoa de Varzim que depende da pesca”.

Sobre a possibilidade de intervirem agora, Aires Pereira considera: “apesar das condições climatéricas já não serem as ideais, era preferível que concluíssem o processo, fizessem a adjudicação, que a draga viesse para o Porto e que estivesse aí à espera de janelas de oportunidade para intervir. Isto até para não perdermos o cabimento e não termos que passar a janeiro a voltar a percorrer esta via-sacra. Era preferível que concluíssem o processo e a draga esteja cá mesmo que não tenha condições para operar e, nas primeiras oportunidades, possa trabalhar”.

Caso isto não aconteça, o Presidente teme que “a praia que tem junto ao primeiro cais se estenda mesmo até à entrada da barra e aí, definitivamente, ficamos sem porto”.

Sobre a construção do sistema elevatório de Agro Velho, Aires Pereira esclareceu que “a alteração da localização deste sistema, só por uma questão de estética, com os óbvios problemas técnicos que acarreta não faz sentido.

Tal implicaria construir uma servidão num terreno particular para que os coletores fiquem salvaguardados para que nós possamos intervir em cada altura. E estamos a falar de um corredor com mais de 10 metros de profundidade e com mais de quatro metros de largura ao longo de todo o parque de estacionamento. A questão não é assim tão simples”, advertiu.

O autarca esclareceu que “a localização faz parte do Plano Diretor de Saneamento Básico. Quando os prédios foram feitos, já estava prevista a existência da estação naquele sítio.

Não tenho dúvida de que a decisão que a Câmara tomou é a mais sensata e aquela que menos problemas poderia vir a levantar. A simples mudança de local não invalidava que os moradores do outro local para onde iria não viessem também reclamar”, transmitiu.

Sobre o processo do Plano Diretor Municipal, Aires Pereira esclareceu: “vai ser remetido à próxima reunião de Câmara, a primeira do mês de outubro, para ser formalmente aprovado pelo executivo. É remetido depois à CCDR para fazerem o parecer final e será submetido à apreciação da Assembleia Municipal. Estou convencido que agora será um processo rápido porque já não há mais entidades a consultar e a própria CCDR conhece o processo porque o acompanhou. Portanto, será só um formalismo. Tudo leva a crer que poderemos ter este processo concluído no final do ano”.

Foram sujeitos a apreciação/ votação na sessão de ontem, os seguintes aspetos: Informação do Presidente da Câmara Municipal acerca da atividade desta e da situação financeira do Município; Autorizações para assunção de compromissos plurianuais; Proposta de ratificação da decisão de abertura do concurso público para adjudicação da empreitada da obra denominada “Medidas de proteção e reforço da duna primária e do ecossistema dunar da Póvoa de Varzim”, e de pedido de autorização da assunção dos encargos emergentes do contrato a celebrar; Proposta de Atualização do Mapa de Ruído da Póvoa de Varzim e do Plano Municipal de Redução de Ruído; Proposta de ratificação da decisão de abertura do concurso público para adjudicação da empreitada da obra denominada “Reabilitação da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição”, e de pedido de autorização da assunção dos encargos emergentes do contrato a celebrar; Proposta de ratificação da decisão de autorizar a abertura de processo de seleção – recrutamento excecional de Técnicos para o ano letivo 2014/2015 – Atividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino básico. Apresentação relatório síntese de conclusões individual – situação económica e financeira do município da Póvoa de Varzim a 2014-06-30.