A cerimónia foi presidida pelo Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, e contou com a presença do Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante António Silva Ribeiro.

Estiveram presentes os Presidentes das Câmaras Municipais da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, Aires Pereira e Elisa Ferraz.

Após a inauguração do Sistema Costa Segura no porto da Póvoa de Varzim, o Secretário de Estado explicou que “este projeto consiste na instalação de um sistema de câmaras e radares ao longo da costa portuguesa, continente e ilhas, que nos permitirá, no final deste ano, ter a cobertura integral da nossa costa com um sistema de vigilância costeiro que permitirá a cada capitão de porto ter um instrumento essencial de apoio à decisão quando tem que intervir em situações como naufrágio, queda de um homem ao mar, entre outros.

No final de 2018, este sistema estará integralmente instalado, estando já a funcionar numa parte muito significativa do território, nomeadamente, toda a costa do Algarve, região centro e norte.

Trata-se de um projeto de muito baixo custo sendo que o custo total de instalação do sistema no país inteiro ao longo do período de três anos que definimos para o montar anda na ordem dos 3,5 a 4 milhões de euros.

Na sequência do acidente da Figueira da Foz, em outubro 2015, repensamos o funcionamento do sistema do Instituto de Socorro a Náufragos e decidimos atacar as fragilidades que se vinham acentuando ao longo dos anos. Foi autorizada a abertura de concurso público para contratação de 62 novos tripulantes para as estações salva vidas, ou seja, praticamente duplica a capacidade das mesmas. Já começaram a trabalhar 22 tripulantes, na sequência do primeiro concurso que foi feito. Está prestes a ser concluído outro concurso com cerca de 20 novos tripulantes e os restantes surgirão de um concurso a ser lançado no decorrer deste ano. Dos atuais 86 passarão a ser 120 os tripulantes do Instituto de Socorro a Náufragos”.

Marcos Perestrello revelou que, “a par disso, os meios também estão a ser reforçados: estão prestes a entrar em funcionamento três novas lanchas ligeiras nas ilhas e estão a ser construídos dois salva-vidas de grande capacidade no Arsenal do Alfeite sendo que um deles destina-se à Póvoa de Varzim e Vila do Conde”.

Reconhecendo de extrema importância os projetos apresentados, Aires Pereira referiu que “tudo aquilo que consiga aumentar as condições de segurança para todos os que operam o mar da Póvoa de Varzim é uma forma de resolvermos esta saga que a população e a zona pesqueira tem sofrido ao longo dos últimos anos”. A este propósito, transmitiu que “nos últimos seis anos, morreram mais de 20 pescadores da nossa região em acidentes vários”. Assim sendo, “estas medidas de segurança e este reforço que não estava previsto inicialmente através da instalação do Sistema Costa Segura na entrada do porto da Póvoa de Varzim vem aumentar, e muito, as condições do nosso porto”.

O edil fez ainda questão de revelar que esta semana, o Secretário de Estado das Pescas havia informado que há uma nova verba de cerca de 1,4 milhões de euros para continuar a dragar o porto e ter cada vez melhores condições de segurança e de acesso ao porto da Póvoa de Varzim.

O Presidente da Câmara referiu-se ao Programa de voluntariado Cego do Maio: “estamos a comemorar os 200 anos do nascimento do Cego do Maio e é para nós um reconhecimento enorme e um reforço de pessoas que estão interessadas em participar na vida ativa e segurança do mar. É para nós um enorme orgulho e honra poder ter o nosso herói poveiro como símbolo do voluntariado e da segurança de todos aqueles que podem participar”.

Em suma, o Presidente considera que “estamos no bom caminho. O Governo tem vindo a investir significativamente nesta área: reforço de meios físicos e recursos humanos nas estações do ISN e a Póvoa de Varzim irá receber a primeira embarcação de salva-vidas da nova geração que terá o nome de “Cego do Maio” que irá reforçar as condições de trabalho dos nossos pescadores”.

Aires Pereira transmitiu que “para um Presidente de Câmara, que se preocupa com a sua população, é um momento particularmente interessante e as comemorações dos 200 anos do nascimento do Cego do Maio não podiam correr de melhor forma”.

O autarca deixou um apelo: “todo este esforço que o Governo faz para a segurança entronca na segurança pessoal de cada um daqueles que vai para o mar. Assim sendo, os nossos pescadores também têm que assimilar que a sua segurança começa, em primeiro lugar, em si e nos meios que utiliza para a sua prática profissional”.

Sobre o protocolo assinado entre a Direção-Geral da Autoridade Marítima e o Município da Póvoa de Varzim para a recuperação da antiga embarcação salva-vidas “Cego do Maio”, o Presidente transmitiu que “o velhinho salva-vidas, que está no Museu Municipal, é para nós uma joia, uma embarcação com um significado muito grande e que, com os conhecimentos que a Marinha Portuguesa tem, vamos poder recuperá-la e ter em condições de acesso em quem visita o Museu”.

A propósito da concessão da Medalha Militar da Cruz Naval de 1ª classe a José de Azevedo, o autarca reconheceu que “o José de Azevedo é uma pessoa muito querida da comunidade piscatória da Póvoa de Varzim, foi Presidente da Câmara, e serviu a Marinha durante muitos anos enquanto civil e escrivão em vários postos da Marinha Portuguesa. É uma homenagem justíssima que resulta, também, da comemoração dos 700 anos da Marinha Portuguesa na Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Tive oportunidade de apresentar o José de Azevedo ao Almirante Silva Ribeiro que ficou sensibilizado para aquilo que é o percurso de José de Azevedo e hoje aqui estamos a fazer mais um bocadinho de história quer do José de Azevedo quer da Póvoa de Varzim e daquilo que ele representa para todos nós”.

José de Azevedo manifestou a sua satisfação perante a condecoração recebida, “a mais alta condecoração que recebi pelo reconhecimento do meu trabalho, ao serviço da Marinha ao longo de mais de 46 anos”.

A medalha militar da cruz naval destina-se a galardoar os militares, militarizados e civis que no âmbito técnico-profissional revelem elevada competência, extraordinário empenho e relevantes qualidades pessoais, contribuindo significativamente para a eficiência, prestígio e cumprimento da missão da marinha. Foi atribuída a José de Azevedo “pelo entusiasmo com que tem envolvido a marinha no estudo e divulgação dos usos, costumes e tradições locais, e pela forma como, após a sua passagem à reforma, soube honrar, dignificar e enaltecer a instituição que serviu, contribuindo, assim, com o seu exemplo e com a sua obra, para o engrandecimento da imagem e prestígio da marinha e da Autoridade Marítima Nacional”.