O autarca recebeu, ontem, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, os três funcionários da Câmara Municipal e partilhou o “enorme orgulho que tenho em ser Presidente desta casa e por ter um conjunto de funcionários onde este tipo de conduta até é a regra. A estrondosa maioria (dos perto de 600 funcionários) têm tido um comportamento exemplar, quer através de atitudes como a que hoje louvamos, quer no contacto com a população: este é o espírito que se vive dentro desta casa”.

O Presidente da autarquia explicou os motivos que levaram à entrega dos Votos de Louvor: “tratando-se de três funcionários que ganham pouco mais do que o ordenado mínimo poderia pensar-se que mais de quatro mil e 400 euros fossem tentadores. No entanto, nenhum dos três hesitou por um instante. Daí, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim louvar esta atitude como forma de incentivo e reconhecimento para todos os outros. Atualmente, instituiu-se que se deve dizer mal dos funcionários públicos e eu continuo a pugnar pelos membros desta casa. Por isso, neste Louvor, estão incluídos todos os funcionários que têm uma atitude positiva e colaborante”.

Horácio Costa, José Pinheiro e Artur Alves foram notícia em todas as estações de televisão e em toda a imprensa nacional na passada semana, após se ter tornado público o Voto de Louvor que a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim entendeu fazer-lhes.

Não se consideram heróis, apenas funcionários como quaisquer outros. A seriedade e a humildade fá-los quase nem entender tanto alvoroço por causa daquilo que consideram ter sido um dia normal de trabalho. São muitas as vezes que encontram, por exemplo, produtos de higiene ou sapatos novos que, por engano ou descuido, vão parar ao lixo. E, tal como fazem questão em devolver todos os produtos que encontram aos respetivos proprietários, não hesitaram um segundo em devolver a quantia elevada que encontraram entre quilos e quilos de papel e cartão. À insistente pergunta de todos os jornalistas “mas porque não hesitaram?”, Horácio Costa, José Pinheiro e Artur Alves respondem simplesmente, deixando-os algo desconcertados, “porque não é nosso”, como se nem sequer existisse outra possibilidade. O valor exato (€4.407) só souberam através dos próprios jornalistas, pois nem sequer contaram o dinheiro.

Outras notícias vão surgir e ocupar as manchetes dos órgãos de comunicação social e, entretanto, a história de Horácio Costa, José Pinheiro e Artur Alves será esquecida pelos media. Mas, para a Câmara Municipal, esta fará sempre parte da sua memória. 

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