Realizado no Cine-Teatro Garrett, o evento teve como principal objetivo de lançar novas pontes ao conhecimento, à sustentabilidade e ao crescimento local e regional do setor, numa altura em que o turismo apresenta um dos maiores índices de dinamismo e crescimento em Portugal e na Póvoa de Varzim.

Antes das conferências, os participantes reuniram-se na Sala de Atos para o Speed Networking. Este é um conceito inovador que se baseia em encontros rápidos com parceiros diversos e nos quais os empresários se apresentam a si e à sua oferta e criam uma rede de contactos em poucos minutos.

Trocados cartões e feitas as apresentações teve início, então, as conferências dos convidados: Mário Nuno Ferreira, reconhecido CEO da Douro Azul; Susana Ribeiro, Frederico d’Orey e Jorge Marques, docentes universitários da Universidade Portucalense e Aires Pereira, Presidente da Câmara Municipal.

O autarca afirmou que a Póvoa de Varzim, a meia hora do Porto, de Viana ou de Braga, “é excelente ponto de partida para quem queira conhecer a fachada atlântica do noroeste peninsular, e oferece vastos motivos de interesse (o património, a gastronomia, a agenda cultural, a animação, o comércio, o desporto – enfim, alta qualidade de vida a custo comparativamente muito baixo), constituindo portanto um produto com vasto mercado potencial. A perceção que temos – e que os balcões dos hotéis confirmam – é que estamos a colher os benefícios da proximidade ao Porto, sobretudo por efeito da superior qualidade global da oferta que temos”.

Segundo Aires Pereira, “o setor vai, portanto, continuar a crescer entre nós, confirmando que não foi em vão que, há um quarto de século, o município, interpretando o sentido da sua evolução e dinamizando os seus fatores identitários, fez aposta estratégica na cultura e no lazer como vetores de desenvolvimento. A sazonalidade tem vindo, aos poucos, a ser esbatida, porque o país – e, particularmente, a nossa Póvoa – há muito deixou de ser apenas sol e praia (ou seja, Verão); hoje, acolhemos ou promovemos eventos, de todo o género, de dimensão nacional ou internacional, ao longo de todo o ano, particularmente na que convencionou chamar-se “época baixa”.

O Presidente da Câmara Municipal sublinhou que “a Póvoa de Varzim é, na nossa região e em todo o norte, a cidade que reúne o mais vasto e mais qualificado conjunto de equipamentos desportivos, designadamente para a alta competição, razão por que é, frequentemente, solicitada a acolher competições, nacionais e internacionais, que atraem vastas comitivas e ampla cobertura mediática. O mesmo se passa com o Correntes D’Escritas, o Festival Internacional de Música e, ao longo de todo o ano, a animação cultural que tem o Garrett como polo dinamizador, com crescente captação de públicos em toda a região”.

No entanto, para o autarca, “o melhor ativo turístico da cidade é… a própria cidade, urbanisticamente qualificada, com espaços públicos acolhedores, convidando ao passeio e à caminhada, à visitação, à compra, ao convívio, à degustação, à diversão”.

Frederico d’Orey explicou que “as regiões, as cidades e os países competem para atrair investidores, reter e captar contribuintes, incentivar  a atividade comercial e aumentar o fluxo de turistas. Neste sentido, o marketing das regiões assume, cada vez mais, um papel fundamental nas políticas públicas. A marca é um elemento catalisador do desenvolvimento regional. As fontes de identidade das marcas das  regiões encontram-se na cultura, no património humano, natural e edificado. É no  “ADN”  das marcas que se encontram os fatores mais determinantes da diferenciação. Um bom posicionamento tem que ser único e distintivo, relevante para o mercado alvo e sustentável no futuro”.

Susana Ribeiro enunciou algumas pesquisas realizadas nos mais consultados sites de turismo e explicou que, “apesar de vermos todos os dias mais turistas a visitar o Porto, não é verdade que a cidade não consegue acolher mais gente. O que acontece é que os turistas selecionam apenas uma zona e a periferia da própria cidade do Porto está isolada”.

Jorge Marques, abordou o turismo sob o ponto de vista empresarial e afirmou que, “para além do alojamento, dos espaços para reuniões, das acessibilidades e das organizações locais de apoio representarem uma grande importância no momento de escolha do local para realizar ou assistir a uma conferência ou outro evento de negócios, também a atratividade do destino, relacionada com as atividades culturais, recreativas e de lazer possíveis de se realizarem antes, durante ou depois do trabalho influencia a escolha”.

Mário Nuno Ferreira afirmou, sobre o Porto, que “falta fazer muito, não devemos ficar ofuscados com o que te­mos. É preciso  compreender que o crescimento acentuado parte de números muito baixos e que ainda estamos a vender os quar­tos muito baratos. Temos de aproveitar este rumo e esta onda de boas notícias e distinções para crescer muito mais, em número e em qualidade”.