Hélia Correia 

© Rui Sousa

Hélia Correia nasceu em Lisboa, em 1949. Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, dedicando-se actualmente à tradução e à escrita. Sendo também poetisa e dramaturga, foi enquanto ficcionista que Hélia Correia se revelou como um dos nomes mais importantes e originais surgidos durante a década de oitenta, ao publicar, em 1981, O Separar das Águas.

Autora de uma obra de características muito próprias, quer pela qualidade melódica da sua escrita, onde se detecta uma sensível contaminação poética, quer pelo universo nela criado, de características originais e inquietantes, Hélia Correia cria uma linguagem narrativa onde o aparentemente banal e o extraordinário ultrapassam por vezes as fronteiras estabelecidas. Esta espécie de subversão dos limites revela-se nos seus livros, ora criando rupturas num quotidiano convencional e burguês (como em Soma ou A Fenda Erótica), ora denunciando a corrupção das formas de vida mais tradicionais e ligadas à terra dos camponeses e aldeãos da nossa época (como em Montedemo ou Insânia, onde a tonalidade finissecular da história é sensível na espécie de veneno que se insinua em toda a narrativa, contaminando todas as condições de sobrevivência humana). A sua escrita para teatro tem sido levada à cena por várias companhias de Lisboa: Montedemo, numa adaptação, pelo grupo de teatro “O Bando” em 1987, e, já na década de 90, Perdição, Exercício sobre Antígona pelo grupo “A Comuna” e Florbela, pelo grupo “Maizum”. O seu romance A Casa Eterna recebeu o Prémio Máxima de Literatura 2000 e em 2006 recebe o mesmo prémio pelo livro Bastardia.

 

Obras:

Ficção – O Separar das Águas. Lisboa: Ulmeiro, 1981; 2ª ed., 1985. 1996; O Número dos Vivos. Lisboa: Relógio d’Água, 1982; Montedemo. Lisboa: Ulmeiro, 1983; 3ª ed., Relógio d’Água, 1987; Villa Celeste. Lisboa: Ulmeiro, 1985; Soma. Lisboa: Relógio d’Água, 1987; A Casa Eterna. Lisboa: D. Quixote, 1991; Insânia. Lisboa: Relógio d’Água, 1996. Fascinação seguido de A Dama Pé-deCabra (Alexandre Herculano). Lisboa: Relógio d’Água, 2004; Bastardia. Lisboa: Relógio d’Água, 2005. Ao Seu Alcance, in Antologia de Contos Policiais. Porto Editora, 2008. Contos. Lisboa: Relógio d´Água, 2008.

Poesia –  A Pequena Morte/Esse Eterno Canto (em díptico com Jaime Rocha). Lisboa: Black Sun, 1986.

Teatro –  Perdição, Exercício sobre Antígona seguido de Florbela. Lisboa: D. Quixote, 1991; 2ª ed., 2006, Relógio d’Água; O Rancor, Exercício sobre Helena. Lisboa: Relógio d’Água, 2000; Desmesura, Exercício com Medeia. Lisboa: Relógio d’Água, 2006.

Para a Infância – A Luz de Newton. (7 Histórias de Cores). Lisboa: Relógio de Água, 1988. Sonho de Uma Noite de Verão (Shakespeare) – Versão Infantil. Lisboa: Relógio d’ Água, 2003 Mopsos, o Pequeno Grego – O Ouro de Delfos. Lisboa: Relógio d’Água, 2004; Mopsos, o Pequeno Grego – A Coroa de Olímpia. Lisboa: Relógio d’Água, 2005. A Ilha Encantada – Versão Infantil de A Tempestade (Shakespeare).Traduções em alemão, castelhano, checo, francês e inglês.