Na
sexta-feira, 25, José Azevedo moderou a conversa entre o escritor Luís Costa,
Emília “banheira, a mais antiga banheira da praia poveira, e Amélia Monteiro,
viúva de um dos directores do Póvoa Cine.

O
público teve a oportunidade de recordar ou conhecer os trajes utilizados pelos
ricos e pelos pobres para os banhos e como os banheiros os auxiliavam nesta
tarefa. Os pregões que se ouviam na praia, como “chora que a mamã dá”, também foram
ouvidos nesta noite. Desfilou o vendedor da língua da sogra, a vendedora de
pãezinhos de leite e o vendedor dos rebuçados Franklim dos paladares. O público
pôde provar cada uma destas iguarias e regressar ao passado. O fotógrafo também
apareceu para tirar uma fotografia a uma criança sentada no cavalo de madeira.

Durante
o decorrer da tertúlia, o Café Chinês, o Passeio Alegre e o Casino também
tornaram-se tema de conversa. Os pares que se juntavam durante o Verão não
podiam sequer andar de mão dada, recordaram os convidados. “A brincadeira do
lenço era jogada, muitas vezes, apenas para o rapaz poder tocar na mão da
rapariga”, afirmou Luís Costa.

Tertúlia Arquivo 01 Tertúlia Arquivo 02

No
sábado, 26, os convidados, Luís Martins, geógrafo, e Carlos Carvalho Dias,
arquitecto, continuaram as conversas em torno da “Póvoa dos Banhos”. Luís
Martins afirmou que “como Ramalho Ortigão escreveu, o ‘poveiro é uma raça
especial’” e que entre os anos 30 e 50 “praia no Norte era a praia da Póvoa de
Varzim”.

Para o arquitecto, “os banhistas começaram a afluir
à Póvoa muito antes do comboio ter chegado”.