Aires Pereira, Vice-Presidente da Câmara Municipal, presidiu à cerimónia
e afirmou que “é um dia muito importante para a Póvoa de Varzim. Comemoramos os
21 anos da Biblioteca Municipal, que está recheada de histórias ligadas aos
livros e a várias gerações que se formaram e passaram por esta casa.
Aproveitamos a oportunidade para fazer com que o “Manel” regresse a casa. Como
se costuma dizer, “o bom filho à casa do pai torna”. Foi fácil fazer a
alteração toponímica desta rua porque só existem duas habitações e os
proprietários concordaram com a mudança de nome. O Manuel Lopes vai ser
recordado mais amiúde porque foi nesta rua, no percurso em direção à
Biblioteca, que ele passou quase duas décadas, todos os dias. E aqui regressa,
de novo, com toda a justiça”, referiu Aires Pereira. A Rua Padre Afonso Soares
passou, então, a denominar-se Rua Manuel Lopes, o primeiro diretor da
Biblioteca Municipal.

O Vice-Presidente do município
aproveitou a ocasião para anunciar que, em janeiro, vão ter início obras de
melhoramento de passeios e iluminação nas ruas Manuel Lopes e Alberto Pimentel:
“Os passeios são antigos, com uma arborização muito forte, que prejudica a
circulação das pessoas e o acesso a algumas casas. No lado norte vamos retirar
a arborização e repor o passeio, até porque temos o centro de saúde e as
pessoas com mobilidade condicionada sentem muitas dificuldades. Por exemplo,
uma cadeira de rodas não passa entre a árvore e o passeio. E vamos deixar toda
a arborização do lado do Liceu. Também vamos renovar a iluminação porque já é
muito antiga. Vamos baixá-la e torná-la mais adequada”.

Luís Diamantino, Vereador da Cultura,
acrescentou que “este edifício foi sonhado por Manuel Lopes, que o tornou a sua
casa. Por isso, não pensamos noutra rua para atribuir o seu nome. O diretor da
Biblioteca Municipal não passava despercebido na vida das pessoas, despertando
sentimentos contraditórios, de amor e ódio”. Quanto ao trabalho desenvolvido
pela Biblioteca Municipal, o autarca sublinhou que “tem prestado um contributo
essencial à cultura e atingido os seus objetivos de promoção do livro e da
leitura. É uma Biblioteca aberta, não está confinada a este espaço e tem
intervindo na comunidade. Exemplo disto é o novo serviço desenvolvido
denominado ‘Biblioteca Partilhada’”. Este novo projeto foi apresentado na manhã
do aniversário e é
dirigido a
instituições sociais e educativas do concelho e consiste na visita
quinzenal de um bibliotecário e no contacto com os utentes das instituições
envolvidas, estimulando-os a solicitar o empréstimo gratuito dos livros,
revistas, filmes, música e áudio-livros que integram a mala da “Biblioteca
Partilhada” e também colhendo pedidos e sugestões para atualizar o seu recheio.
A primeira
parceria será com a Santa Casa
da Misericórdia e a Universidade Sénior. Através
deste novo serviço de leitura pública prestado fora de portas, a Biblioteca
Municipal Rocha Peixoto pretende contribuir para promover um envelhecimento
ativo e uma maior integração social e cultural dos idosos.
Estima-se que no primeiro ano deste projeto serão
abrangidas mais de 200 pessoas e que serão consultados 4 mil documentos.

21 anos Biblioteca

O dia de comemorações continuou com um Workshop de edição para professores bibliotecários e com Luísa
Dacosta, sempre disponível para o contacto com os mais novos e, dessa forma,
incentivar a leitura, em duas escolas do concelho (Escola EB1 do Teso e Escola
EB 2/3 Dr. Flávio Gonçalves) a ler-lhes a sua obra O elefante cor-de-rosa.

Finalmente, às 18h00, de volta
à Biblioteca Municipal, com Maria da Conceição Nogueira, onde se pôde “Reviver Camilo e o Amor de Perdição”.
Esta iniciativa, como Maria da Conceição Nogueira explicou “procura encontrar
as razões do êxito do Amor de Perdição, desde a sua publicação em 1862
até à atualidade, pondo em evidência algumas das iniciativas levadas a efeito
este ano para comemorar os 150 anos da sua 1ª edição. Detém-se sobre a relação Camilo
e a Póvoa
, referindo realizações do passado e do presente, dando especial
atenção a Camilo ÍntimoCartas inéditas de Camilo Castelo Branco ao
Visconde de Ouguela
, recentemente publicado”.