Através do workshop “Em Rede pela Humanização da Pessoa Idosa”, que teve lugar no Museu Municipal e contou com a participação de Carlos Branco, Presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, a Rede Social pretendeu providenciar um espaço de partilha, reflexão e aprendizagem sobre as ferramentas subjacentes à humanização da pessoa idosa, nomeadamente no que concerne às boas práticas que promovam uma melhor comunicação e um aperfeiçoamento da interação com o meio envolvente de forma a contribuir para a inversão de trajetórias de exclusão social.

A Vereadora da Coesão Social, Andrea Silva, deu início ao Workshop referindo que uma das mudanças sociais mais relevantes que ocorreram nas últimas cinco décadas prendeu-se com o aumento demográfico das pessoas idosas, provocando a progressiva inversão da pirâmide etária em todas as sociedades economicamente desenvolvidas. De acordo com esta nova realidade, referiu que importa criar medidas para a resolução do problema da exclusão social crescente dos idosos abandonados, isolados e/ou maltratados e, por outro lado, desenvolver estratégias no sentido de promover o envelhecimento ativo ou produtivo dos idosos não dependentes. Acrescentou, ainda, que o caminho na Póvoa de Varzim passa pela criação de um Plano Municipal de Proteção aos Idosos (PMPI) e que deve contar com a colaboração de todas as entidades da área, conciliando todo o trabalho desenvolvida no concelho na área dos idosos. Salientou, ainda, o facto de a Rede Social desenvolver reuniões com o Núcleo Executivo e com os Parceiros tendo como objetivo da criação do PMPI.

Carlos Branco, Presidente da Comissão de Proteção à Pessoa Idosa, começou por fazer uma breve apresentação sobre a CPI – Comissão de Proteção da Pessoa Idosa, uma associação cuja área de intervenção é o Norte do País e que tem por objetivos promover e proteger o idoso a nível da Saúde, Direitos Sociais, ou seja, pretende promover a dignidade humana do idoso.

O convidado explicou que o número de idosos está a aumentar, alertando para os problemas que se advinham pela inversão da pirâmide demográfica. Um problema que suscita várias questões, entre elas a do “paradoxo do envelhecimento”, que torna-se necessário “assegurar aos idosos condições de uma vida digna”. Acrescentou, ainda, que se deve arranjar um compromisso intergeracional pois os mais velhos consomem grande parte dos recursos gerados pela sociedade, que teremos que andar de mãos dadas, criar sinergias, refletir sobre a necessidade de arranjar soluções criativas de financiamento do sistema como forma de gerar o equilíbrio.

A CPI, que já teve uma grande adesão por parte dos tribunais, funciona como um parceiro privilegiado e tem como missão a informação/ formação e encaminhamento social: O encaminhamento social é efetuado em colaboração com as IPSS’S e Misericórdias funcionando de forma complementar. Abarcam vários valores de âmbito da solidariedade social, responsabilidade social, cooperação social e empreendedorismo social e baseiam-se muito num trabalho prospetivo como forma de fornecer contributos para a realidade futura.

Para concluir, Carlos Branco referiu a importância da criação da Figura do Provedor do Idoso, que funcionaria como uma plataforma de ligação a nível local, entre as entidades que lidam com o idoso e o Município. A figura do “provedor do idoso” seria da tutela da CPI, mas nomeado a nível local, devendo ser indicado pela Rede Social e validado pelo Município. Tem que ser alguém com sensibilidade social, sensibilidade técnica e uma pessoa com destaque a nível da Comunidade Local.

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