Este trabalho, segundo o autarca, permite comprovar que “quer para os consumidores domésticos, quer para os não domésticos, o tarifário da água da Póvoa de Varzim não é o mais caro do país, como tantas vezes já ouvi”. De facto, neste estudo, verifica-se que o município penaliza os que mais consomem, por considerar que estes têm, também, melhores circunstâncias financeiras para pagar mais. Em comparação com os concelhos mais próximos (Esposende, Trofa, Famalicão, Vila do Conde, Barcelos e Maia) constata-se que a Póvoa de Varzim tem a segunda tarifa mais barata no que diz respeito ao consumo doméstico de 0m3. Nos consumos de 5m3 e 10m3, o município não é o que mais cobra: Esposende é o concelho mais caro, seguido pela Póvoa. No entanto, no caso do consumo de 5m3, a diferença entre a Póvoa de Varzim e o terceiro mais caro é de apenas €0,07 (sete cêntimos). No que diz respeito ao consumo de 10m3, €0,72 (setenta e dois cêntimos) nos separam de ter a água mais cara da região. Portanto, o tarifário aplicado pelo município aos consumidores domésticos de 0m3, 5m3 e 10m3 não é o mais caro e, de sublinhar, que 64% dos munícipes estão incluídos neste lote. Nos consumos de 15m3 e 20m3, a Póvoa de Varzim tem o tarifário mais caro, mas apenas 15% da população consome estes metros cúbicos.

No consumo não doméstico, que inclui o comércio e a indústria, a Póvoa de Varzim cobra a água mais barata aos consumidores de 0m3 de todos os concelhos acima referidos, com a grande diferença de €31,8 (trinta e um euros e oito cêntimos) para Barcelos, que tem a tarifa mais cara. Os estabelecimentos que consomem 5m3, 10m3 e 15m3 também não pagam a água mais cara das imediações. É a segunda água mais barata nos 5m3, a terceira mais barata nos 10 m3 e a quinta mais barata nos 15m3. Estas três quantidades representam 7% dos consumidores.

Finalmente, nos consumos de 100m3 a 2000m3, a Póvoa cobra a água mais cara, indo ao encontro do que o Vereador do Pelouro do Ambiente explicou: “Um hipermercado, uma grande empresa e um hospital têm o maior consumo do concelho e também têm, com certeza, condições para pagar mais”.

O autarca pronunciou-se, ainda, sobre o Tarifário Social: “Está presente neste estudo o trabalho dos técnicos de Acção Social. Muitas vezes nos acusaram de ter uma atitude pidesca, mas o resultado está aqui. Através das visitas domiciliárias realizadas para deferimento dos pedidos de Tarifário Social, várias famílias foram encaminhadas para as diferentes áreas e instituições sociais a que tinham direito mas que, por desconhecimento, não estavam a usufruir”. A título de exemplo: 19 casos foram encaminhados para o Instituto de Emprego e Formação Profissional, 18 agregados foram encaminhados para requerer o Rendimento Social de Inserção, nove pessoas foram encaminhadas para o Complemento Solidário de Idosos, cinco encaminhamentos para o Banco Alimentar e um encaminhamento para uma bolsa universitária. Aires Pereira acrescentou que 2100 pedidos foram apresentados para usufruir do Tarifário Social e que 1788 processos foram indeferidos (564 apresentaram processos superiores ao estipulado, 518 tiveram relatórios desfavoráveis dos técnicos de Acção Social, 450 possuíam mais do que um imóvel, 131 foram anulados a pedido do requerente, 69 não eram titulares dos contratos e 56 por falta de apresentação de documentos). De acrescentar que este Tarifário Social tem custos financeiros para a autarquia. A facturação de Dezembro de 2010 a Agosto de 2011, com esta tarifa, foi de €38.583,75. Sem a aplicação do Tarifário Social, a facturação seria de €69.749,30, o que se traduz numa perda de €31.165,55.

Aires Pereira sublinha que “temos muito trabalho pela frente, mas novas ferramentas que nos permitem avançar a passos largos para a modernização e contenção de custos, como é o caso da Loja do Ambiente online e a aplicação de novos contadores. A partir de Janeiro um novo serviço irá surgir para facilitar a vida dos consumidores: a facturação digital”.

Neste último ano, o município apresentou uma nova face no que diz respeito ao serviço de abastecimento de água, resíduos sólidos e saneamento básico. O Vice-Presidente destacou que “nos últimos dez meses, a adesão dos munícipes à rede de saneamento básico, já que 800 ligações em todas as freguesias do concelho foram efectuadas. Isto resultou de uma prática que adoptamos que permite o pagamento em prestações até 24 meses e que fez com os munícipes aderissem em massa e contássemos com 800 novos consumidores”.