A transformação das
velhas caixas de arquivo, impróprias para receber documentos, em três carteiras
de senhora valeu a Ana Chavarria e Verónica Rocha o primeiro lugar. Rita
Barbieri, cujo trabalho de reutilização resultou em pastas de documentos, ficou
em segundo e
Marta Ribeiro e Ana Pinto, que apresentaram um Macintosh e um
Ipod, ficaram em terceiro. Às vencedoras foram entregues edições municipais.

Verónica Rocha
explicou que, no seu trabalho, o objectivo não foi esconder a sua origem. De
facto, as carteiras de senhora deixam bem visível a estrutura da caixa do
arquivo. Sobre o concurso, que ambas as vencedoras consideram “interessante”, Verónica
acrescentou ainda que “nos ajuda a evoluir. É bom fazer a reutilização de materiais,
está em voga e assim também mostramos que estas caixas de arquivo têm ainda o
seu valor”. Para Ana Chavarria o concurso foi encarado como “uma brincadeira” e
explicou que, não sendo a primeira vez que a dupla vencedora trabalha junta, o
processo de criação das malas “foi surgindo e assim apostamos em desenvolver
malas com características diferentes, uma mais clássica, outra mais desportiva
e outra ainda que está no meio termo”.

Marta Ribeiro
deslocou-se também ao Arquivo Municipal
e lá descobriu que o trabalho que desenvolveu com Ana Pinto acabou por alcançar
o terceiro lugar. “Não havia uma linha definida, um tema para o concurso”,
afirmou, justificando a sua escolha em transformar caixas de arquivo num computador.
“Procurámos vários objectos de design e lembramo-nos do MAC e do Ipod que são
já uma moda”. Realçando também a importância de desenvolver um trabalho de
reutilização de materiais e do desafio proporcionado pelo concurso, a aluna do
ESEIG considera que este concurso promove “novas experiências e alivia a nossa
carga de trabalho. É uma forma de arejarmos”.

concurso ideias_arquivo

Steven Sarson, professor
do Curso de Design, considera que envolver os alunos neste tipo de eventos é
saudável, na medida em que os coloca num ambiente competitivo, mas leve, “Tem o
seu valor porque dá confiança a quem participa e porque promove a cooperação entre
os alunos que trabalham em
equipa”. Explicou ainda que os alunos tiveram pouco mais de
duas semanas para desenvolver o trabalho, pressionados ainda pelo facto de este
ser um período lectivo muito intenso, com avaliações finais e exposições de
trabalhos na própria escola.

Até 30 de Junho os
trabalhos concorrentes vão estar expostos no Arquivo
Municipal. Ali, para além dos trabalhos vencedores, os
visitantes vão poder observar como a imaginação dos jovens designers levou a
que caixas de arquivo fossem transformadas em mesas de café, biombos,
porta-rolos de cozinha, arquivadores, candeeiros, caixas de primeiros-socorros
e outros objectos de decoração.

Para o ano, é intenção do Arquivo
Municipal desenvolver, novamente, este concurso para alunos
do 2º ano do curso, mantendo, assim, um diálogo entre as duas instituições,
Arquivo e ESEIG, que resulta na transformação de velhos materiais em objectos
de arte.