Aires Pereira referiu que 1057 anos são uma referência que merece ser
assinalada. “A cultura da identidade é, nos dias de hoje, uma necessidade
crescente” afirmou o Vice-Presidente alertando para a necessidade de defesa da
diferença que considera “particularmente importante em comunidades que, pela
sua proximidade a grandes aglomerados urbanos, sentem o efeito centrifugador da
cultura vizinha”. Neste sentido, Aires Pereira acrescentou que “se não
preservarem a sua identidade, se não defenderem os valores que a alicerçam, as
pequenas comunidades tendem a diluir-se e a integrar-se nas grandes, sobretudo
se estas são vizinhas. É, claramente, o caso de Argivai relativamente à cidade
da Póvoa de Varzim.”

O edil disse que “o aniversário da freguesia é motivo e momento
favorável a dois impulsos naturais: o da celebração e o da reflexão. O da
celebração, pela alegria de sermos, em Argivai, uma comunidade viva, que
transporta com orgulho a história de quem nos precedeu, nos marcou, nos fez
sermos assim, e termos orgulho em ser assim; o impulso da reflexão, porque
todos hoje temos uma missão, e essa missão responsabiliza: compete-nos ser
dignos de quem nos antecedeu; é nossa obrigação legar aos nossos filhos uma
Argivai melhor”.

“Celebramos o passado, projectamos o futuro. E fazemo-lo em comunidade,
transmitindo estes valores às nossas crianças, reflectindo entre nós sobre a
melhor forma de, em cada dia, fazermos a Argivai do futuro” concluiu Aires
Pereira.

Augusto Moreira referiu-se a Argivai como uma freguesia que conta com
mais de um milénio de história “que nos orgulha” e como responsável político
considera que esta está mais próxima dos cidadãos.
“Força, união e
luta” e ainda “competência” e “responsabilidade política” foram alguns dos
aspectos que o Presidente apontou como
ingredientes do
sucesso de uma Argivai que sabe evoluir e segue o seu caminho para se tornar um
lugar melhor.
 

Sofia Teixeira recorreu a uma metáfora usada pela sua mãe para descrever Argivai:
“esta manta de retalhos de que todos fazemos parte”. Uma manta rodeada de
história com um aqueduto que Sofia
Teixeira gosta de recordar, recuperar tradições quase
esquecidas, trazendo-as à luz do dia porque a jovem escritora acredita que
Argivai é uma terra que vai ser lembrada para sempre e todos devemos “continuar
a contar a História das histórias de Argivai”.

Aurelino Costa recordou a convivência sã que marca
a sua infância e adolescência vividas em Argivai, terra que marcou também a sua
escrita. O também advogado presenteou a freguesia declamando um dos poemas que
lhe dedicou “Para Argivai vou”. No seu discurso fez ainda um apelo à
necessidade de preservar a memória e à importância da durabilidade porque a
criação é aquilo que nunca está feito e criar é o infinito.

O Padre Carlos Mário exaltou a celebração dos 1057
anos de Argivai pelo facto de “estarmos todos uns com os outros num apelo à
vida e à esperança”.

As comemorações contaram ainda com uma visita à
freguesia no sábado de manhã e com um Festival de Folclore no domingo à tarde,
estando também patente na sede da Junta de Freguesia uma exposição documental e
fotográfica sobre a história de Argivai, organizada pelo Museu Municipal.