O busto de António Nobre foi roubado do Largo com o nome do poeta português. A escultura tinha sido oferecida pelo Rotary Club da Póvoa de Varzim em 1980 e a homenagem deveu-se aos poemas dedicados pelo escritor português ao “mar da Póvoa” e aos seus pescadores.
Na Praça Luís de Camões desde 11 de janeiro de 1980, o busto de António Nobre foi transferido para a zona da Lapa no ano 2000. O busto do escritor, da autoria de Tomás Costa, passou, assim, a fazer parte de um novo monumento concebido por Rui Anahory, em que o bronze e o granito combinavam no suporte do rosto do escritor que olhava para o porto de onde um dia viu “as lanchas dos poveiros/ A saírem da barra,/ Entre ondas de gaivota!”.
Para recordar, fica um dos poemas dedicados aos poveiros:
Poveirinhos! meus velhos pescadores!
Na água quisera com vocês morar:
Trazer o lindo gorro de três cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!
Far-me-ia outro, que os vossos interiores
De há tantos tempos devem já estar
Calafetados pelo breu das dores,
Como esses pongos em que andais no mar!
Ó meu Pai, não ser eu dos poveirinhos!
Não seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mailo irmão do “Senhor de Matosinhos”!
No alto mar, às trovoadas, entre gritos,
Prometermos, Si o barco fori intieiro,
Nossa bela à Sinhora dos Aflitos!