Os fogos, que nos últimos anos têm devastado o património florestal do país, levaram à criação de Comissões Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, que são centros de acção que têm como objectivo coordenar, a nível local, as acções de defesa, combate e recuperação de áreas ardidas. Os planos municipais são o instrumento de trabalho destas comissões, onde se integram as diferentes acções para a defesa do património florestal de cada município e onde se estabelece a intervenção de diferentes agentes locais. Ao Presidente da Câmara cabe a responsabilidade política de coordenação e apoio ao funcionamento destas acções.    

A prioridade é actuar na prevenção, conforme afirmou Aires Pereira, vice-presidente da Câmara Municipal, na apresentação pública que decorreu esta manhã, sublinhando que “a colaboração de várias entidades locais será vital para a implementação correcta do plano municipal de defesa da floresta contra incêndios, na Póvoa de Varzim.”
Dentro do Plano Municipal está o Plano Operacional Municipal, que mobiliza e tira partido de todos os agentes envolvidos, define e estabelece as competências destes agentes e a coordenação entre todos, articulando ainda, operacionalmente, as intervenções a nível municipal, intermunicipal e até distrital. Estão, assim, envolvidos o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (através do Comando Distrital de Operações e Socorro do Porto), as juntas de freguesia do concelho, o Exército (através da Escola Prática de Administração Militar), os Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim, a Guarda Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, a Direcção Geral de Recursos Florestais e a Organização dos Produtores Florestais (através da portucalea – Associação Florestal do Grande Porto).
Na área da prevenção e protecção da floresta, considerada como prioritária, haverá uma incidência nas acções de sensibilização e divulgação, na silvicultura preventiva e na vigilância florestal. Nas ocorrências, procurar-se-á intervir no apoio ao combate, rescaldo e vigilância após rescaldo. O Plano Operacional Municipal contempla também a recuperação de áreas ardidas.
Para se ter uma ideia do que já foi feito e do que falta ainda fazer, na área da prevenção, foram analisados, na apresentação desta manhã, os incêndios ocorridos no concelho entre 1990 e 2004. Dos estudos apresentados, conclui-se que o maior número de ocorrências se verificou em 1995 e, no que se refere ao volume de floresta consumida, destacam-se os anos de 1995 e 2002.
Quanto a 2005, e seguindo o que se verificou a nível nacional, a Póvoa não foi excepção. A  situação de seca fez aumentar o número de ocorrências, que é bastante superior ao histórico dos incêndios no município – 140 ocorrências e mais de 68 hectares de área ardida. Se, entre 190 e 2004, a freguesia de Laundos, seguida de Rates, era a que apresentava a maior área ardida, no ano passado, as freguesias mais afectadas foram as de Rates e Balasar e o maior número de ocorrências e de área ardida. Dados que se compreendem, uma vez que é nestas freguesias que se situam as maiores manchas florestais do concelho.
Durante o último ano, a autarquia elaborou a carta de risco do município, onde se identificavam as áreas mais problemáticas e onde é necessária uma maior vigilância. Este documento caracteriza e identifica o território, as redes de comunicações e os complexos industriais, enquanto potenciais focos de ignição. São também identificadas as áreas urbanas, bem como todos os meios físicos e humanos que podem ser disponibilizados, em caso de necessidade.
Para já foi feita a limpeza das matas e comunicado aos proprietários de terrenos as suas obrigações para com a defesa da floresta. Foram também melhorados os acessos aos locais considerados mais críticos, a população das freguesias tem vindo a ser sensibilizada para os perigos inerentes à época que se aproxima. Nos fins-de-semana, dias que são considerados como mais críticos, uma vez que os estudos realizados até hoje revelam que o maior número de ocorrências se verifica às sextas-feiras e domingos, tem-se reforçado a vigilância da floresta.