O
estudo coordenado pelo Professor Doutor Daniel Bessa resultou de uma análise
profunda do trabalho desenvolvido pela Varzim Lazer nos últimos seis anos que
implicou uma análise da estrutura patrimonial, económica e financeira da
empresa.

Macedo Vieira apresentou como principal
conclusão do estudo a transferência dos equipamentos da empresa para a Câmara
Municipal. Apesar dos dados apurados apontarem para uma gestão positiva e
sempre ter havido, ao longos dos últimos seis anos, um equilíbrio na tesouraria
da empresa, a melhor opção, neste momento, é o retorno à autarquia do capital
social que em 2000 foi investido na Varzim Lazer. O presidente do município
poveiro parafraseou Churchill dizendo “Melhorar é mudar; ser-se perfeito é mudar muitas vezes”.

As ideias
apresentadas por Macedo Vieira foram corroboradas por Daniel Bessa, licenciado
e doutorado em Economia, com especialidade nas vertentes monetária, financeira
e cambial da Macroeconomia, presente nesta conferência de imprensa. A sua vasta
experiência na área económica e financeira, permitiu-lhe concluir que “a Varzim
Lazer tem uma situação financeira de tesouraria favorável, que cobriu os seus
custos durante os últimos seis anos.” A empresa cumpriu a sua missão visto que
os serviços que facturou chegam para pagar os custos correntes, como pessoal,
manutenção, equipamentos, entre outros. No entanto, o ex-ministro da Economia do Governo de António Guterres
alertou para o facto de a Varzim Lazer poder fazer melhor, apontando como único
senão a amortização dos equipamentos, consequência da decisão tomada pela
autarquia aquando da constituição da empresa. No entanto, este facto não tem
expressão na tesouraria, representando somente um registo contabilístico.
Relativamente à questão do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) que a
Câmara Municipal paga nas facturas emitidas pela Varzim Lazer, Daniel Bessa
esclareceu que se trata de um valor inferior ao que a autarquia pagaria
directamente aos fornecedores, poupando deste modo alguns milhares de euros por
ano.

O prestigiado economista apresentou como a
grande razão para manter a Varzim Lazer, o facto de ser impossível gerir os
equipamentos de que a mesma dispõe na função pública. Justificou dizendo que “o
regime laboral da função pública não é viável para assegurar o funcionamento da
Varzim Lazer”. Com a externalização dos serviços, as vantagens superam
claramente eventuais desvantagens. “Considerando sem relevância particular em
termos económicos e consolidados o problema da titularidade das principais
infraestruturas de propriedade da Varzim Lazer (Academia de Ténis; Pavilhão
Municipal e Praça de Touros), admite-se, no entanto, que existem vantagens na
integração destes imóveis no património da Câmara Municipal, nomeadamente
porque poderá permitir retratar com mais clareza e transparência as soluções de
financiamento do esforço de manutenção que lhes estará necessariamente
associado e da actividade de exploração neles desenvolvida”, acrescentou.

Daniel Bessa terminou, lançando o desafio: “A vida da Varzim Lazer pode correr melhor. A empresa pode ser mais activa na
procura de novos clientes e prestando novos serviços, num esforço para aumentar
as suas receitas”.

No final da conferência de imprensa, Macedo Vieira
fez questão de se mostrar bastante satisfeito visto que as conclusões apuradas
no estudo encomendado pela autarquia vieram corroborar aquilo que “sentia
e  empiricamente pressentia”.