A edição do livro
teve o apoio da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, representada, no
lançamento, por Andrea Silva, Vereadora do Pelouro da Acção Social.

Álvaro Magalhães e
Teresa Lares, João Manuel
Ribeiro e Isabel Mata Graça, João Pedro Messeder e Pedro
Emanuel Santos, José Jorge Letria e Alexandre Reis, Rosário Alçada Araújo e João Borges, Vergílio
Alberto Vieira e Sandra Longras, formam as parelhas escritor e ilustrador que,
nas palavras de Luísa Tavares Moreira, Presidente da Casa do Regaço, deram
forma a “um acto de solidariedade enorme, nisto somos portugueses e somos
fantásticos”. Emocionada pela disponibilidade demonstrada pelos escritores e
ilustradores para elaborem o livro, Luísa Tavares Moreira explicou que o
dinheiro angariado servirá para obras de manutenção da casa. Contou que as
cerca de 20 crianças que habitam neste momento a Casa, e que tem entre os 3 e
os 19 anos, estão ali porque sofreram com a negligência, com maus-tratos, com
abusos. “Na Casa do Regaço encontram afectos, encontram colo, encontram
carinho”, congratulou-se. Uma afirmação corroborada por Pimenta Araújo, da Cruz
Vermelha Portuguesa que, não deixando de agradecer a todos os voluntários que trabalham
na Casa do Regaço, lembrou que as crianças que lá vivem “são mestres na arte de
retribuir afectos”.

Com a presença de alguns
dos escritores e ilustradores presentes, conheceram-se as histórias por detrás de
cada texto e o processo criativo que envolveu as ilustrações. O respeito pela inteligência
infantil defendido por Álvaro Magalhães, para quem escrever para crianças “é
como escrever para adultos, mas melhor”, o “ataque de ternura” de João Manuel Ribeiro, após ter
pesquisado sobre a Casa do Regaço na Internet e que resultou, de imediato, num
texto escrito “ao sabor do prazer e da emoção” ou a satisfação que Isabel Mata
Graça sentiu ao desenvolver as suas ilustrações “numa altura em que aguardava o
nascimento da minha neta”, foram alguns dos segredos partilhados com a
assistência.

lancamento regaco

O texto de José
Jorge Letria, autor que não esteve presente, e que fala sobre uma bola de
futebol adormecida foi dedicado a Bruno Alves, Padrinho da Casa do Regaço.
Alexandre Reis, o ilustrador, explicou que tentou desenhar uma bola da Liga dos
Campeões e, como já é seu hábito, testou a imagem com os alunos, na escola onde
dá aulas, “para eles me darem o feedback, saber se entendem a mensagem”.

“Os livros foram a
irmã que nunca tive”, contou Vergílio Alberto Vieira. Esta afirmação responde à
pergunta que muitos já lhe colocaram – porque escreve? – e que com os textos
que desenvolveu para Histórias com Regaço
ganha ainda uma dimensão mais profunda. “Estes textos para a Casa do Regaço
significam que foram entregues à irmã que não tive”.

No final, Rui, adolescente de 19 anos que vive na
Casa do Regaço agradeceu a escritores e ilustradores. “Sem vocês não tínhamos
apoio, nem tínhamos o livro”, brincou, antes de dirigir também palavras de
reconhecimento a todos aqueles que ajudaram os pequenos moradores da Casa “a
ter uma vida melhor”.