Desenvolvido
pelo Pelouro do Desenvolvimento Socioeconómico, o seminário contou com a
participação mais de uma centena de pessoas e quatro painéis de discussão que
versaram sobre temas como os eventos e a sua importância para a dinamização do
Turismo, as estruturas regionais de Turismo e planos de acção para o Norte de
Portugal e ainda as normas de segurança para o sector de Hotelaria e
Restauração.

“Os
Eventos como Factores de Dinamização do Turismo” foi o primeiro painel da
manhã, e contou com a intervenção de Sérgio Vieira, da empresa “Realizar”,
responsável pela dinamização de eventos. “Os eventos ajudam a moldar uma
sociedade de forma a ganhar notoriedade”, afirmou, dando como exemplos a exposição
mediática de Óbidos, sobejamente conhecida pela panóplia de eventos que
oferece, ou ainda o Red Bull Air Race.
Uma exposição que acaba também por ter retorno financeiro e por justificar o
investimento feito na sua organização. “Os eventos têm uma componente
fundamental de movimentação de pessoas e angariação de investimento, sem
esquecer a notoriedade criada”. Apostar na diferenciação, ao organizar
actividades únicas, e na manutenção dos eventos é, na opinião do representante
da Realizar, o caminho a seguir e, por isso, deixou o conselho: “é preferível
fazer menos mas com qualidade, com dignidade e com a garantia de manutenção”.

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A tarde
começou com o segundo painel, dedicado aos temas “A GAMP e a Reorganização das
Estruturas Regionais de Turismo”, sendo o orador Emídio Gomes, da GAMP,  e “Plano de Acção para o Turismo no Norte de
Portugal”, pelo orador Nuno Fazenda, da CCDRN, ambos moderados por Marco
Rebelo, da NML – Projectos e Desenvolvimento Turísticos. Emídio Gomes começou
por explicar que, para a Área Metropolitana do Porto, o Turismo foi
identificado como uma área prioritária no que respeita à competitividade.  “Escolhemos o Turismo porque achamos que todo
o tipo de actividade económica que tenha possibilidades de se desenvolver é
crítico para o futuro e o Turismo tem potencialidade”, esclareceu, apontando
ainda a geração de postos de trabalho e fluxo de investimento como mais-valias
da aposta no Turismo. Uma aposta que passou pela remodelação do modelo
turístico, transformando a Região Norte na marca turística “Turismo do Porto e
Norte de Portugal”. Este é um modelo que agrega todos os municípios (destacando
a região do Douro como um pólo autónomo) sendo que, desta forma, a Área
Metropolitana do Porto passa a estar formalmente integrada numa estrutura de
promoção da sua região turística. Emídio Gomes explicou que a GAMP “pode dar
uma indicação clara de como podemos desenvolver o Turismo”, apontando o
melhoramento das infra-estruturas, como o aeroporto, “uma estrutura vital na
qual estamos profundamente empenhados”, complementado por uma linha férrea com
comboios mais rápidos, como um dos objectivos. O representante da GAMP referiu
ainda novos projectos, como a de dotar o Porto de Leixões com um terminal para
Cruzeiros (obra que entra em concurso este ano e avançará no próximo Março), um
Centro de Congressos e um Oceanário no Porto, ainda durante o próximo ano.
“Esta é uma estratégia que está assente num modelo organizativo que nos permite
ser mais audazes”, concluiu. 

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Nuno
Fazenda, da CCDRN, apresentou a estratégia do Plano de Acção para o Turismo no
Norte de Portugal. Tal como explicou, esta passa por, entre outros aspectos,
proceder a uma estruturação territorial, à integração em redes internacionais
(sendo que o Douro é já exemplo, fazendo parte de um projecto piloto da
Organização Mundial de Turismo), à aplicação eficiente dos fundos estruturais e
à definição estratégica do eixo de intervenção e objectivos. Assim, assente num
modelo territorial que engloba o Minho, Porto, Trás-os-Montes e Douro, ou seja,
uma região e quatro destinos, definiram-se como produtos prioritários o Turismo
de Negócios, Urbano, Natureza, Náutico, Gastronomia e Vinhos, Saúde e
Bem-Estar, Histórico-Cultural e ainda o Golfe, não como prioritário, mas como
produto a ter consideração, até pela sua vertente diferenciadora. Trata-se,
então, de criar um “destino de excelência”, assente na qualificação de
recursos, no investimento no alojamento, nos Recursos Humanos, no Marketing e
Promoção e na Intelligence, isto é,
na articulação  de iniciativas.

E porque
o bem-estar dos trabalhadores contribui também para a competitividade de uma
empresa, o último painel do seminário teve como tema “As Normas de Segurança
para o sector da Hotelaria e Restauração”, desenvolvido por Paula Cristina
Sousa, da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e moderado por Maria
João Castilho, da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Uma frase marcou o
início deste painel: a cada três minutos e meio morre alguém na União Europeia,
por causas relacionadas com trabalho. Um dado que representa mais de 150 mil
mortes por ano.

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Paula
Cristina Sousa explicou que os custos de um acidente de trabalho são mais
elevados do que o investimento na prevenção, e que, em caso de acidente, as
empresas também perdem em termos de imagem e reputação. Quando se aposta na
higiene, segurança e saúde no trabalho “há, sem dúvida, um aumento do bem-estar
dos trabalhadores, há mais produtividade e a empresa tem uma imagem e reputação
positivas”, continuou, o que permite apresentar um serviço de qualidade que,
obviamente, torna as empresas mais competitivas.  Explicando que o respeito pelas normas de
segurança e higiene no trabalho cabem tanto ao empregador como ao trabalhador,
Paula Sousa advertiu para a necessidade de estes últimos receberem a formação
necessária e adequada no domínio da segurança, higiene e saúde no trabalho.
Focando o sector da restauração e hoteleiro, a representante da ACT explicou
que este é um dos sectores que mais emprega a nível nacional e que também
apresenta os seus riscos ao nível da segurança e higiene, devido ao
manuseamento de máquinas e equipamentos diversos e de substâncias químicas e
biológicas, à movimentação de cargas, e aos riscos eléctricos, de incêndio e de
explosão, entre outros.

No
encerramento,  Afonso Oliveira, Vereador
do Pelouro do Desenvolvimento Socioeconómico, caracterizou o seminário como
“intenso e rico, convergindo num tema, a competitividade, que não se aplica só
ao Turismo, é transversal a todas as áreas”. Agradecendo a presença de todos, o
Vereador mostrou-se bastante satisfeito com a adesão a este seminário, com uma
larga participação de alunos de escolas ligadas ao ramo turístico.

As comemorações do Dia Mundial do Turismo continuam
a 27 de Setembro com a entrega de ofertas aos hóspedes de estabelecimentos
hoteleiros do concelho e a recepção especial a turistas que se desloquem ao
Posto de Turismo da Póvoa de Varzim