Póvoa de Varzim, 17.09.2007 - A população aceitou o desafio lançado pela Clipóvoa e ouviu o seu coração.
A iniciativa organizada pelo Serviço de
Cardiologia, que teve início no dia 13 e terminou ontem, no Diana Bar, foi um
verdadeiro sucesso. Mais de mil pessoas deslocaram-se ao Diana Bar a fim de realizarem
os rastreios para avaliação do seu risco cardiovascular (colestrol, diabetes,
pressão arterial, índice de massa corporal e apneia do sono) e muitos foram
aqueles que se concentraram para as aulas de ginástica que decorreram na
Avenida dos Banhos.
“Prevenir, alertar, consciencializar”
foram, sem dúvida, as palavras de ordem que levaram o Hospital Privado a
promover estas actividades em torno do coração. Como referiu Eufémia Ribeiro,
Directora Clínica da Clipóvoa, na sessão de abertura, “é urgente apostar na
saúde preventiva dado o envelhecimento precário da população portuguesa,
nasce-se menos e morre-se tarde”. As palestras informativas foram prova disso
mesmo, os números falaram por si e a doença cardiovascular é a principal causa
de morte no mundo ocidental. “Em todo o Mundo, em cada dois segundos morre uma
pessoa vítima de doença cardiovascular”, esta é a realidade para a qual nos
alertou Paulo Ferreira, Director do Serviço de Cardiologia da Clipóvoa, fazendo
insistentemente o apelo à assistência “Ouçam o vosso coração”.
Com o objectivo de esclarecer e
consciencializar a comunidade, os factores de risco cardiovascular foram
apresentados e explicados pelos diferentes médicos. Tabagismo, hipertensão
arterial, stress, dislipidemia (colesterol alto), diabetes, sedentarismo e
obesidade são factores modificáveis que devemos contrariar com uma alimentação
correcta, com a cessação tabágica e com a prática de exercício físico de forma
controlada. A hereditariedade, a idade, o sexo e a raça são de risco não
modificáveis contra os quais nos resta uma forma de luta, a prevenção através
dos rastreios.
A opinião é unânime entre os
“especialistas do coração”: “É importante rastrear o doente
assintomático”. Assim o entende também
Damião Cunha, Director do Serviço de Cardiologia do Hospital da Arrábida, que
considera que os rastreios são úteis sobre várias vertentes, alertar as pessoas
para a sua saúde, consciencializar a população e divulgar informação muito
importante. A pessoa assintomática pensa que é saudável, no entanto, a doença
torácica pode existir e não manifestar-se. O cardiologista identifica como
indivíduos que devem rastrear-se aqueles que aparentemente apresentam risco
mais elevado tendo em conta a idade, o sexo, a hereditariedade e alguns hábitos
de vida maléficos. A incidência da doença coronária e da doença vascular tem
aumentado devido a maus hábitos da nossa sociedade, nomeadamente, o
sedentarismo e a má alimentação, refere Damião Cunha.
E porque “o Futuro é inadiável” (Óscar Wilde),
foram divulgadas novas perspectivas no diagnóstico e tratamento da doença
cardíaca, das quais se destacam a Ressonância Magnética Cardíaca, Angio-TAC,
Angio-RMN, Pacemaker, Electrofisiologia e Hemodinâmica, todas elas como prova
do avanço tecnológico e científico com objectivo de prevenir e reverter a
doença cardíaca.