Póvoa de Varzim, 18.02.2011 - No próximo sábado, 19 de Fevereiro, às 22h00, irá subir ao palco do Auditório Municipal a peça Bela Dona, Apalavrado 3 de Pedro Eiras e com encenação de Renata Portas.
O espectáculo, organizado pelo Varazim Teatro, faz parte das iniciativas paralelas do Correntes d’Escritas que arranca, oficialmente, na quarta-feira, 23 de Fevereiro.
Sinopse:
“Não tenho medo de entrar nessa noite onde sou vista e não vejo – mãe, dá-me a mão, mãe – onde os meus olhos cantam como sereias – a noite do corpo, e que me guiem no baile, malditas – que me raptem e acordo com o anel, e regresso aos meus olhos, meia-noite, acordo com as mãos de um fidalgo, qualquer fidalgo, rei, reis aos meus pés tremem.” (Excerto de Bela Dona, de Pedro Eiras)
“Ela deve entrar no baile. Espreita, ouve, o zum zum das saias a esvoaçar. Prepara-se (para dançar, para conhecer a noite do corpo), para soltar os folhos.
Prepara-se “ duas gotas de beladona”.
Hipnotizada, descreve-nos o baile, o apocalipse (imaginário? Sonhado? ou vontade apenas, de domar o frémito do corpo?).
Entremos com ela, nessa noite escura, tacteando, guiados por esses olhos que parecem luminárias, lustres, e possamos também ver e cegar, pressentir, errar, cair, e voltar a levantar”.
Ficha Técnica: Autor: Pedro Eiras | Encenação: Renata Portas| Música Original: Joaquim Pavão | Figurinos: Tucha Martins
Sobre Apalavrado 3:
“Cada palavra, qualquer palavra, a menor de todas as palavras, qualquer uma, é alavanca do mundo. Cada palavra, qualquer palavra, a menor de todas as palavras, qualquer uma, é a alavanca do mundo”. Valère Novarina
Apalavrado nasceu da fusão de algumas vontades, a saber:
Fazer trabalhos que nascessem de matéria teatral não-dramática; experimentar e estrear textos de dramaturgos contemporâneos portugueses, para criar cumplicidades, ter espectáculos portáteis, de modo a permitir digressão, trabalhar com novos actores.
Ao longo de um ano, estreamos textos de Carlos J. Pessoa, Luís Mestre, Pedro Eiras e Luis Maffei.
Desenvolvemos parcerias, estreamos em vários locais do grande Porto, provamos que a palavra é sopro e vida, alma feito corpo, e rompemos com o círculo que procura escamotear o passado do presente; Kafka, Borges e Virginia Woolf também por aqui passaram.
Durante 2011, o Apalavrado terá uma edição dos vários textos que compuseram o projecto, e uma mostra fotográfica.