Admirável Diamante Bruto e outros Contos, de Waldir Araújo; Antologia de Poesia Brasileira do 3º Milénio, organizada por Cláudio Daniel; Hangares de Vendaval, de Luís Serguilha; Música de Viagem, de Cristino Cortes e Primeira Antologia de Micro-ficção, organizada por Rui Costa foram os livros apresentados ontem à noite.

Jornalista, originário da Guiné-Bissau, Waldir Araújo mostrou-se bastante satisfeito com a edição deste Admirável Diamante Bruto e outros Contos, livro que nasceu no Correntes d´Escritas, há dois anos, porque, como explicou na apresentação, “foi aqui que conheci o editor, numa dessas noites de conversas que povoam o Correntes, e foi de uma conversa que surgiu a ideia de fazer esta edição.”

O livro reúne contos desde 2001 até à actualidade, onde se reflecte muito do que é o país de origem do autor. “O Admirável Diamante Bruto” –  como explicou Waldir Araújo – “não é mais do que o nome que um emigrante guineense resolveu adoptar para melhor se adaptar em Portugal, porque achava que o seu nome verdadeiro seria demasiado complicado”. O prefácio pertence a Ondjaki, escritor angolano, que manifestou a sua satisfação com o surgimento de mais uma voz literária da Guiné-Bissau que, segundo ele, está tão pouco representada na publicação literária regular.

Música de Viagem, de Cristino Cortes, livro de poesia, foi outra das obras apresentadas e, segundo o autor, “guardei o livro para ser lançado aqui, no Correntes d´Escritas porque ele já está pronto desde final de 2007”. Cristino Cortes reconheceu, assim, a importância e dimensão deste encontro literário, onde apresentou este que é o seu décimo título no campo da poesia.

Na apresentação da Antologia de Poesia Brasileira do 3º Milénio, Luís Serguilha salientou a importância desta obra para o conhecimento mútuo entre Portugal e o Brasil da produção literária dos dois países. A antologia foi organizada por Cláudio Daniel e, para Serguilha, que fez a sua apresentação, será uma obra fundamental para que se conheça melhor, em Portugal, a poesia e os poetas brasileiros.

De dimensões a coincidir com o título, a Primeira Antologia de Micro-ficção foi outra das obras apresentadas ontem. O seu autor, ou organizador, Rui Costa, apostou no humor e irreverência para falar de um livro que constitui um desafio à imaginação e à contenção dos autores: “cheguei a impor limites de 200 palavras para os textos seleccionados”, afirmou Rui Costa, acrescentando que o livro reúne autores portugueses de várias épocas.

O último livro da noite foi Hangares de Vendaval, de Luís Serguilha, apresentado por Aurelino Costa, que se referiu à obra de Serguilha como “uma poética da diferença”. Mas, acrescentou ainda Aurelino Costa, “definir a poesia é inviabilizá-la”, por isso, lê-la e ouvi-la seria a única forma de apreciar o trabalho de um autor que, segundo ele, “traz consigo a componente máxima e incontornável para a existência do poema no contemporâneo”.