A iniciativa, que pretendia assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres (25 de Novembro), contou com a presença de Andrea Silva, Vereadora da Coesão Social, e de Armandino Domingues, Presidente da Junta de Freguesia da Estela.

Susana Oliveira, coordenadora do Projeto “SOPRO” Feminino de Barcelos, partilhou o trabalho desenvolvido nas escolas, junto dos jovens onde aborda a problemática da Violência no Namoro.

Deu ainda a conhecer os diferentes serviços de Apoio a Vítimas de Violência, nomeadamente, Gabinete Local de Atendimento à Vítima, Grupos de Ajuda Mútua e Gabinete de Atendimento Online, que se concretizam através de: ações de formação para profissionais e público em geral, sessões de sensibilização nas escolas e campanhas contra a violência doméstica.

A psicóloga convidou o público a identificar atitudes e sentimentos que distinguem uma relação saudável de uma relação não saudável e lançou algumas questões para refletir.

Paula Alexandra, Técnica do Gabinete “Espaço Família” de Aver-o-Mar, falou sobre os serviços prestados pelo Gabinete em funcionamento desde 2006. No âmbito do apoio às vítimas de violência doméstica, há diferentes tipos de intervenção, desde intervenção em crise, apoio psicológico, apoio jurídico e atendimento telefónico.

A psicóloga revelou algumas das parcerias estabelecidas pelo Gabinete no sentido de conseguirem melhores resultados com as vítimas e com os agressores. Relatou ainda alguns casos de violência doméstica com que se tem deparado na sua vida profissional.

Luís Lameira, Psicólogo Clínico e da Saúde e colaborador semanal na Rádio Onda-Viva, no programa “Consultório de Psicologia”, abordou o Assédio Sexual, identificando as causas e as consequências desta coação de carater sexual. Identificou alguns tipos de assediadores e os motivos que levam as vítimas a não denunciar os assédios.

Para as vítimas, deixou algumas sugestões de como devem agir (com segurança; autoconfiança; clarificar e denunciar), reforçando a importância da vítima ser assertiva logo na primeira abordagem do agressor.

A par das intervenções dos palestrantes, o Grupo de Teatro Amador da Associação Cultural e Recreativa Estelense, realizou pequenas representações acerca de cada tema abordado, transmitindo ao público a violência e terror que ainda atormentam muitas pessoas, hoje em dia.

A Vereadora da Coesão Social da Câmara Municipal começou por dizer que se sentiu arrepiada e incomodada com as encenações que, na verdade, retratam a realidade.

Andrea Silva transmitiu que o mundo evoluiu tanto e ao fim de tantos anos, há problemas que persistem e que já não faria sentido existirem como a violência e o alcoolismo. No entanto, há uma maior liberdade para falar sobre os casos, as pessoas têm mais coragem para denunciar os agressores, constatou.

Para a Vereadora, esta é uma questão cultural e temos obrigação de contribuir para desconstruir estereótipos e trabalhar no sentido da igualdade. Outra reflexão pertinente prende-se com o facto das pessoas se desresponsabilizarem dos problemas e responsabilizarem os outros. É necessário mudar isso, porque “a vida é feita de cedências”, advertiu.

A autarca deixou uma mensagem de resiliência a todos os presentes, alertando para a necessidade de “insistir, resistir e não desistir”.