Eça de Queirós porque é na bibliografia
deste grande escritor português que se concentram as publicações de Dagoberto
Carvalho Júnior e Manuel Lopes porque para além de partilhar com o escritor
brasileiro o gosto por Eça, foi ele o elo de ligação entre este e a Póvoa de
Varzim. Esta amizade é testemunhada em A
Boa Mesa de Eça de Queiroz
, um dos livros apresentados, na crónica “Tributo
a Manuel Lopes”: “Pela amizade que nos prendeu, a partir de 1995, ano em que
nos conhecemos – através do jornalista Celso Pontes – quando fez a apresentação
pública, em festa que organizou, nos Paços de seu Concelho, de A Cidadela do Espírito, a cuja edição
portuguesa dedicou parte do seu precioso tempo”. A 2ª edição desta obra foi
também ontem apresentada, na Biblioteca Municipal, e inclui um prefácio de
Manuel Lopes, no qual se pode ler “Para Dagoberto Carvalho Júnior o final da
caminhada é simbolizado pela redescoberta de um retábulo maneirista que Eça de
Queiroz teria conhecido e admirado, não se adivinhando porque estranhos
desígnios o não tenha transfigurado nas igrejas dos seus romances”. Mas o
contributo do ex-Director da Biblioteca não se ficou pelo prefácio, como
revelou Dagoberto Carvalho Júnior, “ele comprometera-se com o projecto como um
todo: a edição, o prefácio e a selecção de ilustrações, a partir da rica
exposição de arte sacra que “assinou” para o lançamento da 1ª edição na Póvoa”.

A este propósito, Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura referiu
que “É um pouco o ressuscitar de Manuel Lopes”, manifestando também o orgulho
em ter alguém como o Dagoberto Carvalho Júnior a falar de Eça de Queirós, um
clássico e, cada vez mais, um escritor universal, na Póvoa de Varzim.

livros eça_pós

Assinalando a presença invisível de uma
amigo comum desaparecido, a Dr.ª Conceição Nogueira também prestou uma sentida evocação
a Manuel Lopes, “sempre presente neste espaço, que era a sua casa” e saudação
ao médico e escritor Dagoberto Carvalho Júnior em quem encontra a “imagem e
saudade de Manuel Lopes a unir-nos”. Por isso mesmo, a actual directora do
Boletim Cultural informou que o próximo volume da publicação, número 42, irá
incluir um testemunho do escritor brasileiro sobre Manuel Lopes em quem
reconhece “notório saber aurido na universidade da vida e na erudição das
bibliotecas”.