Póvoa de Varzim, 23.05.2012 - No dia 30 de maio, quarta-feira, Luísa Dacosta estará na Casa Manuel Lopes, às 15h00, para um encontro com os mais novos.
A escritora vai dar
a conhecer às crianças do 3º ano da Escola EB1 dos Sininhos o seu livro História com Recadinho.
Publicado
originalmente pela editora Figueirinhas em 1986, e há muito esgotado, História com Recadinho é o conto de
Luísa Dacosta que integra a coleção «Obras Completas de Luísa Dacosta para a
Infância», da editora ASA. Esta edição atribui ao livro um formato diferente da
primeira, com novas ilustrações da autoria de Cristina Valadas.
Sinopse do livro:
“A narrativa
estrutura-se em torno de uma bruxinha que decide fugir do reino das bruxas (um
«mundo de trevas, árvores mortas e aves agoirentas») para o mundo dos homens
(onde havia «tantos brilhos, tantas cores e tantos perfumes»), numa tentativa
de encontrar um local onde pudesse «dar largas à sua alegria e ao seu humor benfazejo».
Mas, para seu espanto, também o mundo dos homens, apesar da sua beleza
exterior, se revelou um mundo de trevas pelo obscurantismo dos seus
preconceitos!”
Luísa Dacosta
Nascida em Vila Real
em 1927, sempre se viu a dar aulas – de início no ensino privado, a partir de
1968/69 nas escolas públicas, onde paralelamente às suas funções docentes,
desenvolveu intensa atividade na área da promoção da leitura.
A sua tese de
estágio sobre “O Valor Pedagógico da Sessão de leitura”, cursos sobre
“Expressão e Comunicação”, ações de formação sobre “Literatura
para Crianças e sua função na Sala de Aula” ou sobre “Estratégias
para fomentar o Gosto da Leitura” e “Importância da Leitura na Era da
Imagem”, ou ainda em torno de “Transformações da Narrativa em
Teatro” ou da “Iniciação ao Texto Poético” são algumas das
múltiplas iniciativas que, no mundo escolar, nasceram da sua militância a favor
do livro e da leitura.
Formou-se na
Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas, curso que começou a
frequentar em 1944. No entanto, já na altura se interessava por literatura,
tendo assistido a aulas de Vitorino Nemésio (que considerou «absolutamente
espantosas»), Lindley Cintra e Crabbé Rocha.
Foi professora do
antigo Ciclo Preparatório (atualmente Segundo Ciclo do Ensino Básico) nas
escolas Ramalho Ortigão (1968–1976) e Francisco Torrinha (1976–1997).
Participou, a partir de 1972, na experiência de Veiga Simão para o lançamento
dos 7º e 8º anos de escolaridade. Não se limitou a influenciar os alunos. Os
alunos também a influenciaram, como o prova o facto de ter incorporado nas suas
obras neologismos da autoria deles, tal como «renovescer» no lugar «renovar».
Em 1975, cumpriu um
mandato no Conselho de Imprensa, em representação da opinião pública, vindo a
cumprir um segundo mandato em 1981. Ainda em 1975, esteve em Timor por
requisição do governo daquela (então) província ultramarina, para prestar
serviço na comissão eventual encarregada de fazer a remodelação dos programas
de ensino.
A obra de Luísa
Dacosta foi objeto, de entre outros, dos seguintes trabalhos académicos: José António
Gomes, “Espelhos e Sombras. Representações do eu em Luísa Dacosta”
(tese de doutoramento orientada pela Prof.ª Doutora Clara Rocha, Lisboa,
Faculdade de Letras da Universidade Nova, 2003); Patrícia Maria de Sousa Couto,
“A Obra Infanto-Juvenil de Luísa Dacosta. O Deslumbramento da
Palavra” (tese de mestrado, orientada pela Prof.ª Doutora Maria João
Reuynaud, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2004); e Paula
Borges, “Escrita à Beira Mágoa [sobre “Aver-o-Mar” e
“Morrer a Ocidente”], (tese de mestrado, orientada pela Prof.ª Dr.ª
Rosa Goulart, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade dos Açores,
Ponta Delgada, 2004).
Ficcionista,
cronista e poetisa, Luísa Dacosta foi distinguida pela Secção Portuguesa do
IBBY (International Board on Books for Young People), que a escolheu como
candidata ao Prémio Hans Christian Andersen 2002, uma espécie de Nobel da
literatura infantil.
Na sua atividade
traduziu ainda obras de Nathalie Sarraute e Simone de Beauvoir.
Exerceu a crítica na
página literária de “O Comércio do Porto” e colaborou noutras páginas
literárias, nomeadamente nas de “O Jornal de Noticias”, “Diário Popular” e em “A
Capital”. Foi colaboradora das revistas “Seara Nova”, “Vértice”, “Vida Mundial”,
“Raiz” e “Utopia”, “Gazeta Musical” e de “Todas as Artes” e de “Colóquio de
Letras”, onde continua a colaborar.