No dia 21 de março, sábado, às 21h30, o concerto será na Basílica do Sagrado Coração de Jesus e no dia 22, domingo, às 18h30, na Igreja Paroquial de Aguçadoura.

Em ambos os concertos será apresentado o “Requiem”, de Gabriel Fauré. Sob a direção de Rui Silva, participam nos concertos: o Coro da Escola de Música, o Coro da Escola Secundária Rocha Peixoto, Chorus XI – Aguçadoura, a soprano Lenabel Carvalho, o barítono Nuno Pereira e o Ensemble Instrumental Pró-Música.

Programa:

I Introit et Kyrie

II Offertoire

III Sanctus

IV Pie Jesu

V Agnus Dei

VI Libera me

VII In paradisum

 

No decurso da sua génese, o Requiem, op. 48, de Gabriel Fauré (1845-1924), passou por três versões distintas. A primeira versão de 1888 apenas continha cinco andamentos, estando em falta o Offertoire e o Libera me, e dispensando, inclusive, os instrumentos de sopro na orquestra. A segunda versão de 1893 foi completada no número de andamentos e orquestrada para instrumentos de cordas, graves, e metais, caminhando, talvez, para o timbre idealizado pelo próprio Fauré. Em contraste, a última versão, para full orchestra, provavelmente, surgiu pela iniciativa do próprio editor, Hamelle.

Fauré fez uso de um texto livremente compilado a partir de “A Missa para os Mortos”, do latim Requiem, e a liturgia das exéquias. Excecionalmente para a época, Fauré recusou-se a compor a sequência Dies Irae e, pelo contrário, realçar a sua linha final, Pie Jesu Domine. Tal era especialmente extraordinário na medida em que, qualquer outro compositor da sua época, teria aproveitado a oportunidade de retratar o terror de Dies Irae, “Dias de Ira”, usando e “abusando” de todos os dispositivos e instrumentos músico-dramáticos à sua disposição. Fauré, pelo contrário, optou por se concentrar sobre a perspetiva do Elysium celestial, para a qual adotou a antífona In paradisum e o responsório Libera me de “A Missa para os Mortos”.

“É assim que eu vejo a morte”, comentou Fauré sobre o seu Requiem, em 1902, ou seja, “como uma libertação alegre, uma antecipação da bem-aventurança no além-túmulo e não como uma experiência dolorosa” (L. Aguettant, 1982).